28.3 C
Manaus
segunda-feira, junho 9, 2025

Grupos do PT, MST e entidades jurídicas cobram Lula por rompimento com Israel após ações em Gaza; presidente resiste a sanções, mas sofre pressão crescente.

Durante visita à França, presidente foi cobrado por alas do próprio partido e movimentos sociais para romper acordos com Tel Aviv

PT cobra Lula por sanções a Israel após fala sobre Gaza: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta, nesta semana, uma nova onda de pressões internas por parte de alas do PT e movimentos sociais que exigem medidas concretas contra Israel devido à ofensiva militar em Gaza. Durante visita oficial à França, Lula foi abordado por ativistas e representantes de organizações internacionais que cobraram sanções econômicas e diplomáticas ao governo israelense.

Em Paris, o presidente recebeu uma carta assinada por mais de 12 mil pessoas, entre elas artistas como Chico Buarque, Letícia Sabatella, Ney Matogrosso, juristas e acadêmicos. O documento exige o rompimento de acordos militares e a adoção de sanções imediatas contra Israel pelas ações no território palestino.

PT e movimentos sociais elevam o tom contra Tel Aviv

Proposta inclui rompimento diplomático e fim de acordos comerciais

Parlamentares da base petista e movimentos como MST, CUT, Levante Popular da Juventude e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) defendem que o Brasil rompa relações diplomáticas com Israel, suspenda acordos bilaterais, paralise compras de armamentos israelenses e lidere uma articulação internacional pela responsabilização no Tribunal Penal Internacional (TPI).

Entre os deputados que assinaram moções formais de repúdio estão Reimont (RJ), Jeferson Fernandes (RS) e Luiza Erundina (SP), além de lideranças do PSOL, que reforçam a cobrança por ação mais contundente do Executivo.

Lula fala em “genocídio”, mas resiste a sanções unilaterais

Presidente tenta equilibrar discurso firme e cautela diplomática

Durante evento público com o presidente francês Emmanuel Macron, Lula classificou a ação militar de Israel em Gaza como um “genocídio premeditado”, ampliando o tom crítico que já vinha adotando desde o início da escalada do conflito. O gesto de Lula ao vestir um lenço palestino (keffiyeh) durante o ato em Paris gerou forte repercussão internacional e nacional.

Publicidade

Apesar disso, até o momento o governo brasileiro não adotou sanções formais, limitando-se a ações simbólicas, como o cancelamento da compra de blindados israelenses e a manutenção do posto diplomático em Tel Aviv sem embaixador nomeado desde 2023.

Atos públicos e mobilização devem aumentar nos próximos dias

Movimento pró-Palestina prepara protesto em São Paulo

Um novo ato nacional em apoio à Palestina está marcado para 15 de junho, em São Paulo, com presença de parlamentares, entidades sindicais e coletivos estudantis. O evento pretende pressionar o Palácio do Planalto a assumir uma posição mais firme no cenário internacional.

Nas redes sociais, cresce o uso das hashtags #SançõesJá, #BrasilContraOGenocídio e #LulaAjaAgora, impulsionadas por influenciadores de esquerda e lideranças religiosas ligadas à causa palestina. Do lado contrário, setores mais moderados do governo alertam para risco diplomático e econômico em caso de sanções unilaterais, especialmente no agronegócio e em áreas de cooperação tecnológica.

Análise política: o dilema entre coerência histórica e pragmatismo

Especialistas avaliam custo político de manter neutralidade

Analistas apontam que Lula tenta manter o Brasil como uma voz ativa nos fóruns multilaterais sem se indispor diretamente com aliados comerciais. “Há uma diferença entre condenar e sancionar. O Brasil opta por uma via diplomática mais estratégica”, afirma o cientista político Carlos Fico, da UFRJ.

No entanto, a pressão da base aliada e dos movimentos que apoiaram sua eleição em 2022 coloca o governo em uma encruzilhada. O presidente pode ser cobrado por inércia se medidas mais concretas não forem tomadas nas próximas semanas.

Veja Também: Governo quer cobrar mais impostos de apostas online e acabar com isenção de LCI e LCA

Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Pode Gostar