Forças de Segurança Ocupam 10 Comunidades da Zona Oeste do Rio
Detalhes da Operação
De acordo com o Governo do Estado, a operação foi planejada com base em informações de inteligência e análises de crimes na região. A Zona Oeste do Rio tem sido palco de intensas disputas territoriais entre traficantes e milicianos. A ação envolve dois mil policiais civis e militares atuando em tempo indeterminado nas seguintes comunidades: Cidade de Deus, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Morro do Banco, Fontela, Muzema, Tijuquinha, Sítio do Pai João, Terreirão e César Maia. Rio das Pedras é especialmente notória como o berço da milícia no estado.
Recursos Empregados
Para esta operação, estão sendo utilizadas duas aeronaves blindadas que sobrevoam as comunidades. Além disso, os agentes contam com drones com reconhecimento facial, 200 viaturas, 40 motocicletas e uma ambulância blindada. Os policiais também têm a missão de cumprir mandados de prisão de criminosos com ordens de captura pendentes.
Até às 7h, um homem foi preso. Maicon Silva de Paula foi detido em sua residência, no Beco do Borracheiro, no Recreio, com 101 sacolés de maconha, uma pistola, 15 munições e R$ 60. A prisão foi registrada na 42ª DP (Recreio).
Disputa Territorial
Há cerca de dois anos, os moradores dessas comunidades enfrentam intensos confrontos e várias mortes devido à disputa entre grupos criminosos. O Comando Vermelho tem financiado grupos armados e coordenado ataques na região. Em Jacarepaguá, a facção tomou 19 comunidades em 14 bairros, anteriormente controladas por paramilitares.
O interesse do Comando Vermelho vai além das drogas. Eles começaram a replicar o modelo da milícia, explorando a venda de gás, pacotes de internet e até o mercado imobiliário, diversificando suas fontes de renda ilícitas. Atualmente, quatro favelas em Jacarepaguá, incluindo Rio das Pedras, continuam sendo alvos de ataques do grupo criminoso.
Lavagem de Dinheiro
Segundo o governador Cláudio Castro, a ocupação visa combater a lavagem de dinheiro associada à criminalidade. “Trabalharemos para retomar a ordem nessa região que vai do Itanhangá até as Vargens. Livraremos nossa população do jugo territorial. Retomaremos serviços públicos que, infelizmente, têm sido utilizados por essa criminalidade para obtenção de recursos e lavagem de dinheiro. Combateremos todo tipo de crime: patrimonial, público e ambiental”, afirmou.
Fiscalização e Inteligência
A Secretaria de Segurança Pública também está fiscalizando o comércio dessas áreas. “Começamos hoje uma ação estruturada. Uma ação que advém de diversas investigações. Mas, sobretudo, pelo serviço de inteligência e pelos serviços que mostram que a mancha criminal teve um aumento significativo [na região]“, declarou Castro.
Vazamento de Informações
No domingo (14), criminosos usaram redes sociais para alertar sobre a operação. “Papo de intervenção na CDD. Que Deus proteja nós. Que Deus guarde nós. Que Deus livre nós de toda maldade. Cris é nós”, escreveu um deles. Em um áudio, uma moradora comentou: “O Bope, a polícia vai ficar ocupando a favela por vários dias.”
A operação continua, e as forças de segurança permanecem empenhadas em restaurar a ordem na Zona Oeste do Rio de Janeiro.