Estimativa expõe possível acúmulo de mais de 6 milhões de pedidos; governo promete revisão profunda e reforço no atendimento
Fila do INSS pode chegar a 6 milhões de pedidos: O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, revelou em entrevista à Folha de S.Paulo que a fila real de espera por benefícios pode ser até quatro vezes maior do que o número oficialmente divulgado. Segundo ele, ao incluir pedidos de auxílio como o seguro-defeso, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e outros requerimentos que não constam na lista pública, o total de solicitações em análise pode ultrapassar 6 milhões.
Atualmente, o INSS informa cerca de 1,5 milhão de processos pendentes, mas o volume considerado “invisível” preocupa especialistas e pressiona o governo por mais transparência e eficiência na gestão da Previdência.
Revisão geral e foco na desburocratização
Em resposta à repercussão, Waller informou que o instituto passará por um processo amplo de revisão dos critérios e da organização das filas. O objetivo é integrar os sistemas de informações, tornar públicos todos os pedidos em andamento — inclusive os de benefícios não contributivos — e acelerar a análise dos processos.
A revisão envolverá aposentadorias, auxílios por incapacidade, pensões, seguro-defeso e BPC. A estratégia é unificar os dados de modo que os cidadãos saibam exatamente onde seus pedidos estão parados, promovendo maior controle e confiança no sistema.
Concessão de benefícios e denúncias de irregularidades
A ampliação da fila também expõe falhas estruturais. O Tribunal de Contas da União (TCU) já havia apontado, em relatórios recentes, a existência de pagamentos irregulares e concessões sem critérios objetivos. Gilberto Waller admitiu que há fragilidades, mas destacou que parte da lentidão se deve à falta de pessoal e à complexidade da legislação previdenciária.
“O sistema precisa ser mais simples, mais justo e mais transparente. Estamos trabalhando nisso”, afirmou Waller.
Pressão nas redes e desinformação
Nas redes sociais, usuários reagiram à revelação com críticas ao tempo de espera e questionamentos sobre a real situação do INSS. Há especulações de que o governo estaria “escondendo” a fila real para evitar desgaste político. Influenciadores de direita afirmam que a “fila invisível” representa um colapso silencioso da gestão previdenciária. Já perfis ligados ao governo defendem que as mudanças fazem parte de uma reestruturação necessária para corrigir décadas de desorganização.
O que o governo promete fazer
O Ministério da Previdência informou que pretende investir na digitalização completa dos processos e na criação de uma plataforma unificada de acesso aos pedidos de benefícios. Uma nova Diretoria de Atendimento foi criada para reforçar os esforços.
A meta é que, até o fim de 2025, o tempo médio de concessão caia para 30 dias. Hoje, a média ultrapassa 70 dias, segundo dados do próprio INSS.
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