A Fuga de um Ex-Presidente
Ex-presidente Evo Morales foragido: Evo Morales, ex-presidente da Bolívia e figura histórica da esquerda latino-americana, está no centro de um escândalo que chocou o país. Acusado de estupro de uma menor e envolvimento em tráfico humano, Morales é agora um foragido da justiça. Desde janeiro de 2025, quando uma ordem de prisão foi emitida, ele se refugia em uma área rural de Cochabamba, protegido por apoiadores leais. Mas o que levou um líder outrora celebrado a essa situação dramática?
Morales, que governou a Bolívia de 2006 a 2019, enfrenta denúncias que remontam a 2016, durante seu mandato. As acusações ganharam força em outubro de 2024, quando ele foi formalmente indiciado por “estupro agravado com tráfico humano”. Hoje, aos 65 anos, o ex-líder insiste que tudo não passa de uma conspiração política para eliminá-lo da disputa presidencial de agosto de 2025.
O Caso: Detalhes que Assombram
As Acusações de 2016
Tudo começou com uma denúncia envolvendo uma adolescente de 15 anos, que teria tido uma relação com Morales durante seu governo. Segundo o Ministério Público boliviano, a jovem, oriunda de Tarija, teria dado à luz um filho do ex-presidente. Pela lei local, relações com menores de 16 anos podem ser classificadas como estupro de vulnerável, mesmo que consensuais. A investigação também apura se houve exploração ou tráfico, agravando o caso.
Em 21 de janeiro de 2025, o juiz Nelson Rocabado ordenou a prisão de Morales após ele faltar pela segunda vez a uma audiência. “Há uma ordem de busca e captura em vigor”, declarou o magistrado à imprensa, conforme noticiado pela agência Anadolu Ajansı.
A Fuga para a Selva
Morales não se entregou. Em vez disso, fugiu para o Trópico de Cochabamba, uma região de selva tropical onde mantém forte apoio entre cocaleros – produtores de coca. Reportagens da Bloomberg, publicadas em 6 de março de 2025, revelam que ele está abrigado em um complexo ligado a uma rádio local, cercado por barricadas erguidas por simpatizantes. A polícia boliviana hesita em agir, temendo confrontos violentos.
Impactos: Uma Nação Dividida
Repercussão Política
O caso expôs a profunda polarização na Bolívia. Enquanto apoiadores de Morales bloqueiam estradas e o defendem como vítima de “lawfare” – uso político da justiça –, críticos exigem sua prisão imediata. O atual presidente, Luis Arce, ex-aliado de Morales, é acusado por ele de orquestrar a perseguição para consolidar poder no Movimento ao Socialismo (MAS), partido que ambos disputam.
A instabilidade política já custou caro: em 2024, o PIB boliviano cresceu apenas 2,1%, segundo o Banco Mundial, bem abaixo dos 5% anuais durante o auge de Morales. Analistas temem que o escândalo piore a crise econômica e afaste investidores.
Nas Redes: O Que Dizem os Bolivianos?
Nas redes sociais, o caso é febre. Posts no X sugerem desde teorias conspiratórias – “Evo foi traído por Arce para entregar a Bolívia aos EUA” – até pedidos de justiça: “Que prenda logo esse criminoso”. A hashtag #EvoForagido já acumula milhares de menções, refletindo a divisão entre quem vê um mártir e quem enxerga um réu.
Declarações Oficiais: O Que Foi Dito?
Morales não se calou. Em um post no X em 18 de janeiro de 2025, ele escreveu: “Meus acusadores não buscam justiça, querem me banir das eleições. É uma justiça subserviente”. Já o governo de Arce, por meio do ministro da Justiça, César Siles, afirma que as provas são sólidas e que “ninguém está acima da lei”.
A polícia, por sua vez, admite dificuldades. “Estamos evitando um banho de sangue”, disse um porta-voz à Folha de S.Paulo em 17 de março de 2025, justificando a cautela na captura.
Dados e Números: A Gravidade do Crime
Casos de tráfico humano não são raros na Bolívia. Segundo a ONU, o país registrou 424 vítimas de tráfico em 2023, muitas delas menores exploradas sexualmente. Se condenado, Morales pode pegar até 20 anos de prisão por estupro agravado e tráfico, conforme o Código Penal boliviano. Até agora, suas contas foram congeladas, e ele está proibido de deixar o país.
O Futuro: O Que Vem Por Aí?
Com as eleições de 2025 se aproximando, Morales anunciou em fevereiro sua candidatura pelo partido Frente para la Victoria, desafiando uma decisão judicial que o torna inelegível por já ter cumprido três mandatos. Mas, enquanto segue foragido, sua participação no pleito parece improvável. O escândalo pode redefinir o cenário político boliviano – ou mergulhá-lo em mais caos.
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