Deputado anuncia afastamento temporário da Câmara para buscar sanções contra ‘violadores de direitos humanos’ no Brasil.
Eduardo Bolsonaro Se Licencia e Fica nos EUA: O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que tomou “a decisão mais difícil de sua vida” e irá se licenciar do mandato na Câmara dos Deputados para permanecer nos Estados Unidos. A medida, segundo ele, será temporária e sem remuneração, com o objetivo de pressionar por sanções contra figuras que ele classifica como “violadores de direitos humanos” no Brasil, com foco no ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Contexto da Decisão
Eduardo, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, fez o comunicado por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais. Ele justificou a escolha alegando sofrer perseguição política no Brasil e expressou temor de ser preso caso retorne ao país. O deputado é investigado em inquéritos que apuram suposta tentativa de golpe de Estado e disseminação de desinformação, ambos sob relatoria de Moraes no STF.
A decisão ocorre em um momento de tensão política no Brasil, após os ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes em Brasília, evento que resultou na prisão de centenas de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro. Eduardo defende a anistia aos envolvidos e vê sua permanência nos EUA como uma estratégia para buscar apoio internacional, especialmente do governo de Donald Trump, reeleito em 2024.
Detalhes do Afastamento
Licença Parlamentar
Pelas regras da Câmara dos Deputados, parlamentares podem se afastar por até 120 dias sem perder o mandato, desde que o suplente assuma em caso de ausência prolongada. Eduardo informou que a licença será sem ônus ao erário, ou seja, sem recebimento de salário durante o período. Ele não especificou o tempo exato de sua estada nos EUA, mas afirmou que retornará “quando for seguro”.
Objetivos nos EUA
No vídeo, o deputado declarou que pretende “denunciar abusos” e pressionar por medidas contra Alexandre de Moraes, a quem acusa de liderar uma “perseguição judicial” contra conservadores. Ele mencionou a possibilidade de buscar apoio de congressistas americanos e do governo Trump, que assumirá o poder em janeiro de 2025, para interferir na situação política brasileira.
Reações e Impactos
Críticas do Governo
A decisão gerou forte repercussão. Parlamentares aliados ao governo Lula, como o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), classificaram Eduardo como “fujão” e “covarde”. “Ele foge da responsabilidade e abandona o mandato pelo qual foi eleito”, disse Lindbergh em entrevista. Outros críticos apontam que a atitude pode enfraquecer a base bolsonarista no Congresso.
Apoio de Seguidores
Por outro lado, apoiadores de Eduardo nas redes sociais elogiaram a iniciativa, alegando que a “insegurança jurídica” no Brasil justifica sua saída. “É uma questão de sobrevivência política”, escreveu um usuário no X, refletindo o sentimento de parte do eleitorado conservador.
Dados e Contexto Político
Eduardo Bolsonaro foi eleito em 2022 com 1,2 milhão de votos, sendo o deputado mais votado de São Paulo. Sua saída temporária abre espaço para o suplente, ainda não anunciado oficialmente pela Câmara. Nos últimos anos, ele se destacou como uma das vozes mais combativas da oposição ao STF e ao governo Lula, eleito em 2022.
O embate com Alexandre de Moraes não é novo. O ministro já determinou medidas contra o deputado, como bloqueio de contas em redes sociais e inclusão em inquéritos, o que intensificou a narrativa de “perseguição” usada por Eduardo para justificar sua decisão.
O Que Vem Pela Frente?
Analistas políticos avaliam que a estratégia de Eduardo pode ter impacto limitado, já que sanções internacionais dependem de amplo respaldo diplomático, algo difícil de alcançar com base em acusações pessoais. Ainda assim, sua permanência nos EUA reforça a polarização política brasileira e mantém o bolsonarismo em evidência no cenário internacional.
