Autoridades investigam avistamentos de drones não identificados em oito estados norte-americanos; especialistas apontam possíveis explicações
Drones misteriosos nos EUA: Nos últimos dias, drones não identificados têm sido avistados em pelo menos oito estados dos Estados Unidos, gerando pânico e alimentando diversas teorias. Os objetos foram detectados em áreas residenciais e locais estratégicos, como infraestruturas críticas e bases aéreas, chegando a interromper temporariamente as operações em um aeroporto internacional de Nova York.
As autoridades norte-americanas, incluindo o FBI e o Departamento de Segurança Interna, emitiram uma declaração conjunta afirmando que não há evidências, até o momento, de que os avistamentos representem ameaça à segurança pública ou nacional.
Apesar do posicionamento oficial, algumas autoridades classificam a situação como preocupante e ressaltam que as investigações continuarão.
Possibilidade de drones amadores e profissionais
De acordo com especialistas, os drones avistados podem variar desde pequenos equipamentos recreativos até modelos mais avançados, capazes de monitoramento e coleta de imagens.
Sandro Teixeira Moita, professor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, sugere que, pelo padrão dos avistamentos, os drones podem ser equipamentos comerciais facilmente adquiridos.
“São drones de prateleira, que você poderia comprar em qualquer loja ou pelo comércio digital”, analisa Teixeira.
Por sua vez, Danielle Ayres, especialista em Política Internacional e Segurança da UFSC, reforça a hipótese de drones recreativos ou profissionais:
“Podem ser drones amadores ou profissionais, capazes de captar imagens e realizar monitoramento de áreas específicas.”
No entanto, Ayres e outros especialistas alertam que aeronaves tripuladas, satélites de baixa órbita ou mesmo planetas brilhantes podem ser confundidos com drones durante a noite.
Influência estrangeira ou drones militares?
Outra teoria levantada seria a de interferência estrangeira, embora o Pentágono já tenha descartado essa possibilidade em uma coletiva de imprensa. Mesmo assim, Sandro Teixeira pondera:
“Não descarto a hipótese de influência estrangeira, principalmente quando observamos o impacto em aeroportos e bases militares.”
O professor lembra ainda da crise dos balões chineses, registrada há dois anos, e como o incidente revelou vulnerabilidades no espaço aéreo americano.
O que os drones podem estar fazendo?
Os drones misteriosos podem ter diversas finalidades, dependendo do tipo de equipamento utilizado. Teixeira explica:
“Um drone capaz de tirar fotografias de alta resolução realiza um trabalho clássico de inteligência, captando imagens de infraestruturas críticas que podem afetar a segurança nacional.”
Por outro lado, Ayres acredita que grande parte dos drones avistados pode não ter nenhum objetivo específico:
“Podem ser drones recreativos ou usados para provocar pânico, sem qualquer intenção estratégica.”
Mesmo assim, a especialista ressalta que o monitoramento de infraestruturas e interrupções em serviços essenciais, como fornecimento de energia, são riscos reais.
Tecnologias e ações para controle de drones
Os especialistas apontam soluções para conter o avanço dos drones não identificados, como:
- Uso de armas antidrones, que emitem pulsos eletromagnéticos para derrubar ou forçar o pouso dos equipamentos.
- Sistemas de barreira eletrônica em áreas sensíveis, que impedem os drones de atravessar perímetros protegidos.
- Melhoria no gerenciamento do tráfego aéreo, especialmente em regiões de grande circulação.
Além disso, Teixeira sugere a criação de zonas proibidas para drones, onde qualquer equipamento avistado pode ser abatido.
Já Ayres destaca a necessidade de marcos legais mais rígidos para evitar o uso indevido de drones:
“É preciso criar leis que punam o uso equivocado dessas aeronaves e evitem que a população entre em pânico.”
Drones e a segurança nos EUA
O aumento dos avistamentos de drones não identificados nos Estados Unidos trouxe à tona questionamentos sobre segurança aérea e possíveis vulnerabilidades. Embora as autoridades afirmem que não há riscos imediatos, especialistas defendem a adoção de medidas tecnológicas e regulatórias para evitar novos incidentes.
As investigações seguem em andamento, e as explicações para o fenômeno variam entre teorias inocentes e hipóteses mais preocupantes, como espionagem e monitoramento de infraestruturas críticas.
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