Trégua comercial entre as potências gera reação imediata no câmbio e movimenta mercados globais
Dólar sobe após acordo EUA-China: O dólar comercial fechou em alta nesta segunda-feira (12), cotado a R$ 5,68, após o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. A moeda americana avançou 0,53% no dia, refletindo a reação dos mercados à trégua temporária entre as duas maiores economias do mundo, que decidiram reduzir tarifas de importação por um período de 90 dias.
A medida foi anunciada após reuniões entre representantes dos dois países em Genebra, na Suíça, e tem como objetivo reduzir as tensões econômicas que vinham crescendo desde 2023, com efeitos significativos nas cadeias globais de suprimento.
Os termos do acordo
Segundo o comunicado conjunto, os Estados Unidos se comprometeram a reduzir de 145% para 30% as tarifas sobre determinados produtos chineses, enquanto a China baixará de 125% para 10% as tarifas sobre produtos norte-americanos. O alívio tarifário tem validade inicial de três meses, com possibilidade de extensão caso haja progresso nas negociações estruturais.
“Este é um passo importante para restaurar a estabilidade comercial global”, afirmou Anthony White, porta-voz do Departamento de Comércio dos EUA. Do lado chinês, o Ministério do Comércio também celebrou o pacto como “um avanço na cooperação mútua”.
Reação imediata nos mercados
A notícia teve impacto direto nas bolsas e no câmbio. Com a expectativa de maior fluxo de comércio internacional e aumento da demanda por dólar, investidores recorreram à moeda americana como ativo de segurança, provocando sua valorização frente a várias moedas, especialmente nos mercados emergentes.
No Brasil, além da alta do dólar, o Ibovespa fechou o pregão em leve alta de 0,04%, aos 136.563 pontos, também influenciado por ações ligadas à exportação, como as do setor de commodities.
Analistas alertam para efeito temporário
Apesar do otimismo inicial, economistas alertam que o impacto do acordo pode ser passageiro. “Essa é uma trégua, não o fim da guerra comercial. O mercado vai continuar reagindo conforme surgirem novos sinais de tensão ou avanço”, explicou Mariana Vasques, analista da XP Investimentos.
Além disso, o cenário interno brasileiro também contribui para a pressão cambial, com incertezas fiscais e políticas que reduzem o apetite por risco entre investidores estrangeiros.
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