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terça-feira, junho 17, 2025

Dólar fecha abaixo de R$ 5,50 pela 1ª vez em 8 meses, com conflito Israel‑Irã e “Superquarta” no radar

Moeda americana recua com tensão menor no Oriente Médio e expectativa por Copom e Fed

Dólar cai a R$ 5,48 com Superquarta: O dólar comercial fechou esta segunda-feira (16 de junho de 2025) cotado a R$ 5,4855, marcando a primeira vez em oito meses que a moeda americana encerra abaixo de R$ 5,50, segundo dados do Banco Central e da Reuters. O movimento surpreendeu o mercado financeiro, que já vinha precificando um possível recuo, mas não esperava um piso tão baixo antes da chamada Superquarta — dia em que o Copom (Brasil) e o Federal Reserve (EUA) anunciam suas decisões sobre juros.

A cotação final representa uma queda de 1,03% no dia, puxada pelo ambiente externo mais favorável a países emergentes e pela diminuição de tensões entre Israel e Irã, que nas últimas semanas preocupou investidores em todo o mundo.

Queda do petróleo e dólar mais fraco no exterior favorecem o real

Analistas veem menor aversão ao risco

Um dos fatores que contribuiu para o alívio no câmbio foi o recuo do preço do petróleo. Com os temores de uma escalada maior no Oriente Médio perdendo força após sinais de recuo de ataques entre Israel e Irã, o barril do Brent e do WTI registraram quedas de mais de 2%. Isso reduziu a pressão sobre a inflação global e abriu espaço para maior apetite por ativos de risco.

Segundo o economista André Perfeito, ouvido pelo Valor Econômico, “com menos risco geopolítico, o investidor global volta a olhar para moedas de países emergentes como oportunidade de rendimento maior.”

Além disso, o dólar perdeu força frente a outras moedas fortes no índice DXY, que caiu 0,20% no mesmo dia.

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Superquarta: decisões do Copom e do Fed podem virar o jogo

Selic e juros americanos no radar do mercado

O grande teste para o câmbio será a Superquarta, quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central decide se mantém a taxa Selic em 10,50% ao ano ou se adota novo corte, enquanto o Federal Reserve deve sinalizar se encerrará o ciclo de alta nos EUA.

Para a XP Investimentos, “o Copom pode surpreender mantendo a Selic estável, o que ajudaria a conter uma fuga de capital em cenário de dólar volátil”, aponta relatório enviado a clientes.

No exterior, o mercado especula que o Fed deve segurar os juros entre 5,25% e 5,50%, mas qualquer pista de queda na taxa americana pode fortalecer ainda mais o real.

Ibovespa renova máxima do ano

Bolsa reage com otimismo e estrangeiro volta a comprar

O principal índice da bolsa brasileira subiu 1,49%, fechando aos 139.255 pontos, o maior patamar de 2025 até agora. Papéis de bancos, commodities e empresas exportadoras lideraram os ganhos.

Segundo operadores ouvidos pelo G1 e pela CNN Brasil, a entrada de capital estrangeiro foi o principal motor da alta, impulsionada pela combinação de dólar mais fraco, petróleo em queda e expectativa positiva para juros.

O que se discute nas redes: dólar pode cair mais?

Nas redes sociais, a queda da moeda virou tema de memes e especulações. Muitos usuários comemoram que uma cotação abaixo de R$ 5,50 pode aliviar preços de importados e passagens aéreas. Especialistas lembram, no entanto, que o movimento pode ser limitado: se o Copom cortar os juros mais do que o esperado ou se o Fed endurecer o tom, o dólar pode voltar a subir ainda em junho.

Veja Também: Dólar Volta a Subir e Atinge R$ 5,68 Após Acordo Entre Estados Unidos e China

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