Desigualdade de Impactos da Pandemia nos Mais Pobres; A pandemia da covid-19 resultou em um abalo significativo que atingiu diferentes estratos sociais de forma ampla. A pesquisa “Desigualdade de Impactos Trabalhistas na Pandemia”, coordenada por Marcelo Neri da Fundação Getúlio Vargas Social (FGV Social), destaca que os efeitos foram desproporcionalmente sentidos pelos menos favorecidos.
Redução de Renda e Variações nos Números de Pobres
O estudo buscou proporcionar uma visão abrangente dos impactos trabalhistas da pandemia no Brasil. Antes da crise, a proporção de pessoas com renda abaixo da linha de pobreza estava em 10,97%, representando cerca de 23,1 milhões de indivíduos.
Em setembro de 2020, graças ao auxílio emergencial, o número de pessoas nessa situação caiu para 4,63%, ou 9,8 milhões de brasileiros. Entretanto, com a suspensão do auxílio e a retomada do Bolsa Família no primeiro trimestre de 2021, a taxa aumentou para 16,1% da população, ou 34,3 milhões de pobres.
Impacto nas Camadas Sociais e Causas do Agravamento
A renda individual média, englobando informais, desempregados e inativos, está 9,4% abaixo do nível de 2019. Na metade mais carente da população, a perda atingiu -21,5%, intensificando a desigualdade. O aumento do desemprego foi responsável por mais da metade dessa queda, junto com o desalento devido a cenários adversos.
Desigualdade e Futuro Incerto
O índice de Gini, medidor de desigualdade, atingiu 0,640 no segundo trimestre de 2021, acima da série histórica pré-pandemia. A combinação de inflação alta e desemprego elevado gera estagflação, afetando negativamente os mais pobres. O desafio das autoridades é conter a inflação, mas isso pode aumentar o desemprego, agravando a situação.
veja em: FGV: mais pobres sofrem maior impacto na pandemia | Agência Brasil (ebc.com.br)
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