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quinta-feira, janeiro 16, 2025

Delator do PCC Passa 21 Dias Trancado em Casa Temendo Execução, Relata Defesa

Delator Relata Ameaças e Medo Constante Antes de Execução

Delator do PCC Passa 21 Dias Trancado por medo de Execução: Antônio Vinícius Gritzbach, empresário e delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), revelou em depoimentos que passou 21 dias enclausurado em sua casa, junto com a família, temendo represálias da facção criminosa. A informação consta nos autos de um pedido de soltura feito em 2022, quando Gritzbach estava preso preventivamente. Segundo sua defesa, ele recebia constantes alertas de que sua morte havia sido decretada pelo PCC.

No dia 8 de novembro de 2024, Gritzbach foi brutalmente executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Dois homens encapuzados, armados com fuzis, dispararam 10 tiros contra ele na área de desembarque do Terminal 2. Até o momento, os responsáveis pelo crime não foram identificados ou presos.

O Histórico de Ameaças e Envolvimento no Esquema do PCC

De acordo com os registros, Gritzbach era acusado de ordenar a execução de Anselmo Becheli Santa, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, ambos membros importantes do PCC. A motivação teria sido um desvio de R$ 200 milhões que Gritzbach supostamente recebeu para investir em criptomoedas, mas que utilizou para fins pessoais.

Gritzbach alegava ser alvo de ameaças constantes, inclusive de membros do PCC que teriam tentado recuperar parte dos valores desviados. Em uma das ocasiões, ele foi mantido sob pressão por nove horas durante um “tribunal do crime”, no qual integrantes da facção decidiram poupá-lo, mas exigiram sua colaboração.

Além das ameaças, sua imobiliária foi invadida por indivíduos ligados ao PCC, que levaram documentos, contratos e valores monetários.

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Delação Premiada e Suposta “Queima de Arquivo”

Em março de 2024, Gritzbach fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público (MP), revelando detalhes do esquema de lavagem de dinheiro do PCC e a participação de agentes de segurança pública. Pouco antes de sua execução, ele denunciou à Corregedoria da Polícia Civil tentativas de extorsão por parte de policiais ligados ao Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A suspeita é de que a execução tenha sido motivada pela sua colaboração com as investigações, configurando uma possível “queima de arquivo”. O caso está sendo investigado por uma força-tarefa composta pela Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Federal.

Impacto do Crime e Desdobramentos

Além da morte de Gritzbach, o ataque resultou na morte do motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, que foi atingido nas costas por um disparo. Outras duas pessoas ficaram feridas no tiroteio. A força-tarefa segue analisando vídeos do aeroporto e ouvindo depoimentos de testemunhas para identificar os autores e mandantes do crime.

A morte de Gritzbach destaca a complexidade dos esquemas de lavagem de dinheiro e os perigos enfrentados por delatores que decidem cooperar com a Justiça.

Veja Também: Força-Tarefa Afasta Oito Policiais Militares Suspeitos de Envolvimento em Execução de Delator do PCC

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