Vídeo mostra agressão e disparos; Ministério Público pede afastamento imediato do tenente Deivison de Oliveira Bento
PM Agrede Mulher e Atira em Rua no AM: O tenente Deivison de Oliveira Bento, comandante da Polícia Militar do município de Novo Aripuanã, no interior do Amazonas, foi filmado agredindo uma mulher e disparando para o alto em via pública no último final de semana. A cena, registrada por testemunhas, rapidamente viralizou e gerou ampla indignação.
Nas imagens, Deivison aparece empurrando violentamente uma mulher durante uma discussão, em plena rua movimentada. Em seguida, ele saca sua arma de fogo e realiza disparos para o alto, colocando em risco a segurança das pessoas que estavam nas proximidades, incluindo pedestres e motociclistas.
O incidente ocorreu à noite, no Centro da cidade, em frente a estabelecimentos comerciais, conforme reportado pelo portal g1 Amazonas.
Ministério Público instaura investigação e pede afastamento
Diante da gravidade dos fatos, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) instaurou procedimento investigativo e solicitou o afastamento imediato do tenente Deivison de suas funções. Em nota, o órgão afirmou que “não compactua com práticas abusivas, e medidas legais serão tomadas para assegurar a responsabilização do agente”.
O pedido de afastamento foi encaminhado ao Comando-Geral da Polícia Militar do Amazonas, que já determinou a abertura de sindicância disciplinar para apurar os fatos no prazo de 30 dias.
Além disso, o MP também informou que poderá haver responsabilização criminal, caso confirmadas violações aos direitos humanos e à legislação penal.
PM do Amazonas se manifesta e anuncia apuração rigorosa
Em resposta ao ocorrido, a Polícia Militar do Amazonas declarou oficialmente que repudia qualquer forma de violência praticada por seus membros e que atua com “tolerância zero” diante de casos que envolvam abuso de autoridade.
“O comportamento apresentado é inaceitável para os princípios que regem a corporação. Todas as providências administrativas e legais estão sendo tomadas para a correta responsabilização”, afirmou em nota o comandante-geral da PMAM, coronel Vinícius Almeida.
Enquanto durar a investigação, Deivison de Oliveira Bento ficará afastado de suas funções no comando da unidade de Novo Aripuanã.
Reação nas redes sociais e pressão popular
Nas redes sociais, a revolta foi imediata. A hashtag #JustiçaEmNovoAripuanã tornou-se rapidamente um dos assuntos mais comentados no Amazonas. Usuários cobraram punições exemplares e questionaram os critérios para nomeação de comandantes de batalhões no interior.
Organizações de defesa dos direitos humanos, como a OAB-AM e o Instituto da Cidadania Amazônica, também emitiram notas públicas exigindo investigação imparcial, punições severas e políticas de prevenção a abusos dentro das corporações de segurança pública.
Especialistas em direito penal lembram que disparar arma de fogo em via pública sem justificativa é crime previsto no artigo 15 do Estatuto do Desarmamento, além de configurar abuso de autoridade, com penas que podem chegar a quatro anos de reclusão.
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