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quinta-feira, janeiro 30, 2025

Colômbia cede a Trump após guerra de tarifas: como o embate diplomático virou lição de poder dos EUA

Petro recua sobre voos de deportados após ameaça de sanções de Trump e vira alvo de críticas internas e memes nas redes sociais.

Petro recua após pressão de Trump: Em um embate que misturou diplomacia, ameaças econômicas e guerra nas redes sociais, o presidente colombiano Gustavo Petro recuou de sua decisão inicial de barrar voos militares dos EUA com deportados após o governo de Donald Trump ameaçar impor tarifas de até 50% sobre produtos colombianos. O episódio, que durou menos de 24 horas, expôs a fragilidade econômica da Colômbia diante do maior parceiro comercial e serviu de alerta internacional sobre a política “sem concessões” de Trump em temas migratórios.

A Crise Diplomática: Do Confronto ao Recuo

A Negativa de Petro: Na manhã de domingo (26/1), Petro anunciou no X (ex-Twitter) a proibição de voos militares dos EUA com deportados, alegando que os migrantes eram tratados como “criminosos” (algemados e sem dignidade). Ele exigiu que as deportações fossem feitas em aeronaves civis.

A Retaliação de Trump: Em resposta, Trump ameaçou impor tarifas de 25% (subindo para 50% em uma semana) sobre produtos colombianos, além de suspender vistos para autoridades do país. Medidas que poderiam custar à Colômbia 4% do PIB, segundo analistas.

A Contraofensiva Inútil: Petro reagiu com tarifas equivalentes sobre produtos dos EUA e ameaçou investigar 15,6 mil americanos irregulares na Colômbia. Porém, a escalada durou apenas horas: sob pressão do setor empresarial (que alertou para riscos a exportações de café, flores e petróleo), o governo colombiano aceitou os termos de Trump, incluindo o uso de aviões militares para deportações.

O Acordo Final: À noite, a Casa Branca anunciou a suspensão das tarifas, enquanto a Colômbia concordou em receber todos os deportados sem restrições. O avião presidencial colombiano foi enviado para repatriar os cidadãos, em uma tentativa de salvar as aparências.

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A Lição dos EUA: “Respeito ou Consequências”

O governo Trump deixou claro que não hesitará em usar poder econômico para impor sua agenda migratória. A Casa Branca afirmou que o acordo com a Colômbia é um “marco” e um aviso a outros países: “Os EUA são respeitados novamente”.

Dados que Assustaram a Colômbia:

  • 29% das exportações colombianas (US$ 13 bilhões em 2024) vão para os EUA.
  • Setores como flores (próximas do Dia dos Namorados) e café (27% do consumo americano) dependem desse mercado.

O “Papelão” das Redes: A Carta Aberta que Virou Piada

Críticas dos Internautas: Enquanto a crise se desenrolava, Petro publicou no X uma carta aberta defendendo sua postura e criticando a mídia por “calúinias”. O texto, porém, foi amplamente ridicularizado:

  • Usuários destacaram a contradição entre a retórica “anti-imperialista” de Petro e o recuo prático.
  • Memes compararam sua firmeza inicial ao “cachorro que late mas não morde”.

O Discurso vs. a Realidade: Petro escreveu: “Somos o oposto dos nazistas” e prometeu nunca devolver americanos “algemados”. Horas depois, porém, aceitou os termos de Trump sem garantir mudanças no tratamento dos deportados.

Repercussão na Colômbia: Vexame e Alívio

Setor Empresarial: Bruce Mac Master, presidente da ANDI (associação de indústrias), criticou a “falta de consciência” de Petro sobre os impactos econômicos: “Foi como levantar a mão e pedir para ser incluído na briga”.

Cidadãos: A suspensão de vistos na embaixada dos EUA em Bogotá gerou frustração. “Eles deveriam resolver isso entre governos, sem envolver o povo”, disse Valentina Forero, que aguardava há dois anos por um visto.

Oposição: O ex-presidente Iván Duque chamou o embate de “ato de irresponsabilidade”, enquanto o ex-presidente Ernesto Samper apoiou Petro, classificando as deportações como “tratamento desumano”.

Conclusão: O Preço do Confronto

O episódio reforçou a dependência econômica da Colômbia em relação aos EUA e mostrou os limites da retórica anti-imperialista de Petro. Enquanto Trump exibe o acordo como vitória, internautas colombianos ironizam: “Petro aprendeu que postar no X não resolve uma crise”.

Veja Também: Governo Trump Lança Megaoperação de Fiscalização Migratória nos EUA

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