Investigação da PF Aponta Monitoramento e Codinomes
Codinomes usados contra Moraes: A Polícia Federal (PF) revelou que, durante o planejamento de um suposto golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, os envolvidos usaram codinomes para se referir ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os apelidos encontrados em mensagens e documentos, destaca-se “Professora” e “Centro de Gravidade”.
As informações constam no relatório do inquérito, que apontou o monitoramento de Moraes por figuras próximas ao governo anterior. Esses apelidos visavam ocultar a identidade do ministro e manter o plano em sigilo.
Codinome “Professora”
Trocas de Mensagens Sobre Alexandre de Moraes
Em uma conversa de 21 de dezembro de 2022, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, usou o codinome “Professora” para se referir ao ministro. Ele perguntou ao coronel da reserva Marcelo Câmara sobre o paradeiro de Moraes:
“Por onde anda a professora?”
Câmara respondeu que Moraes havia viajado para São Paulo e retornaria apenas no início do ano letivo. Dias depois, na véspera de Natal, Cid voltou a questionar:
“Onde a professora está?”
O diálogo prosseguiu, com informações sendo compartilhadas sobre os movimentos do ministro, indicando um acompanhamento detalhado. A investigação confirmou que os voos de Moraes entre 14 e 31 de dezembro de 2022 coincidiam com os dados levantados pelos investigados.
Significado e Reuniões Estratégicas
Outro codinome atribuído a Moraes foi “Centro de Gravidade”. Segundo a PF, esse termo foi usado para destacar o papel central do ministro como um obstáculo à execução do golpe, devido à sua atuação no TSE e em investigações sensíveis, como o inquérito das Fake News.
Em uma reunião realizada em 28 de novembro de 2022, militares utilizaram o termo ao discutir estratégias para pressionar comandantes do Exército a apoiar o plano. A reunião também resultou na elaboração de uma carta destinada ao alto comando militar, detalhando ações para viabilizar a ruptura institucional.
Os objetivos foram divididos em três partes:
- Ideias-Forças: Sensibilizar comandantes militares e realizar ações no campo informacional.
- Estado Final Desejado: Criar laços de confiança entre o presidente da República e o comandante do Exército.
- Centro de Gravidade: Identificado como Alexandre de Moraes.
Conclusão da Investigação
A análise da PF revelou que o monitoramento de Moraes fazia parte de um plano maior, que incluía possíveis ações de sequestro ou até assassinato. O relatório conclui que os atos relacionados ao golpe já estavam em andamento, evidenciando a gravidade das ações planejadas.
A investigação permanece em curso, com a PF trabalhando para identificar todos os responsáveis e desarticular qualquer ameaça ao Estado Democrático de Direito.
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