Pequim impõe retaliação histórica às taxas de 125% de Trump; mercados e governos monitoram impacto
China impõe tarifa de 84% aos EUA: Nesta quinta-feira (10), entrou em vigor a tarifa de 84% imposta pela China sobre uma extensa lista de produtos norte-americanos, em resposta direta às medidas anunciadas anteriormente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que elevou para 125% as tarifas sobre itens chineses.
A retaliação marca um dos episódios mais tensos da relação comercial entre Washington e Pequim, com consequências que já começam a ser sentidas em mercados financeiros, cadeias globais de suprimentos e na diplomacia internacional.
“As ações dos EUA apenas ampliarão o custo da instabilidade global. A China não busca confronto, mas também não teme responder com firmeza”, declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, nesta manhã, em coletiva oficial citada pelo The Guardian.
Entenda o que está em jogo
De eletrônicos a alimentos, tarifas afetam trilhões em bens
A medida chinesa atinge produtos agrícolas, eletrônicos, peças automotivas, carnes e bebidas, impactando diretamente exportadores dos EUA que dependem do mercado asiático. Já as tarifas americanas de 125% incidem sobre tecnologia, aço, máquinas e vestuário da China, setores críticos da balança comercial bilateral.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) demonstrou preocupação. Segundo relatório citado pela AP News, o impacto conjunto das tarifas pode reduzir em até 80% o fluxo comercial entre os dois países, o que poderia reverberar em retração do crescimento econômico global.
“Estamos diante de uma ruptura inédita no comércio mundial moderno”, alertou a analista Sienna Lee, da MacroAsia Global Advisors.
E o que dizem os mercados?
Bolsas reagem com cautela; investidores temem nova onda de instabilidade
Após a divulgação da entrada em vigor das tarifas, os principais índices globais registraram forte volatilidade. O Dow Jones oscilou negativamente ao longo do dia, enquanto o índice Shanghai Composite fechou em queda de 2,9%.
Apesar da recente alta gerada pela suspensão das tarifas para aliados por parte de Trump, a nova escalada com a China aumentou o clima de incerteza nos mercados. Especialistas observam que esta trégua parcial pode não ser suficiente para neutralizar os efeitos da retaliação chinesa.
Redes sociais e especulações geopolíticas
Debate se intensifica sobre impacto político e riscos de uma nova guerra fria comercial
Nas redes, expressões como #GuerraComercial, #TarifasDeRetaliação e #TrumpVsChina dominaram os trending topics. Internautas discutem se Trump estaria usando a retaliação para reforçar sua posição interna em ano eleitoral, enquanto outros especulam sobre o possível envolvimento da União Europeia como mediadora de crise.
“Isso vai além da economia. Está se transformando em uma disputa geopolítica aberta”, comentou um usuário no X (antigo Twitter), em uma publicação com mais de 20 mil compartilhamentos.
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