Tensões entre EUA e China escalam com ameaça de guerra comercial
China vs. Trump: A China anunciou nesta terça-feira (8) que está pronta para “lutar até o fim” diante da nova ameaça de tarifas do presidente americano Donald Trump. A escalada nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo reacende o temor de uma guerra comercial global.
O que aconteceu?
Na segunda-feira (7), Trump declarou que imporá uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses caso a China não suspenda sua tarifa retaliatória de 34% sobre importações americanas até o prazo de 8 de abril. A medida é vista como uma tentativa de pressionar Pequim em meio a negociações econômicas já fragilizadas.
Em resposta, o Ministério do Comércio da China emitiu um comunicado hoje afirmando que “não cederá à chantagem” e que tomará “contramedidas resolutas” para proteger seus interesses. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores reforçou a posição, dizendo que o país está preparado para enfrentar “qualquer tipo de guerra, seja tarifária ou comercial”.
Contexto da disputa
A guerra comercial entre EUA e China teve início em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, com a imposição mútua de tarifas que afetaram bilhões de dólares em mercadorias. Apesar de um acordo parcial em 2020, as tensões voltaram a crescer em 2025, impulsionadas por disputas sobre tecnologia, subsídios e comércio de semicondutores.
Impactos econômicos em jogo
Especialistas alertam que uma nova rodada de tarifas pode ter consequências graves. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o comércio bilateral entre EUA e China movimentou US$ 657 bilhões em 2024. Uma escalada tarifária poderia:
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Elevar os preços de bens de consumo nos EUA, como eletrônicos e roupas.
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Afetar exportações chinesas, como máquinas e componentes tecnológicos.
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Prejudicar cadeias globais de suprimentos, já pressionadas por inflação e crises logísticas.
“O risco é uma desaceleração econômica global”, afirmou Li Wei, economista da Universidade de Pequim, em entrevista à agência Xinhua.
Declarações oficiais
O governo chinês acusou os EUA de “unilateralismo econômico”. “A China não iniciará uma guerra comercial, mas não hesitará em responder se provocada”, disse o comunicado do Ministério do Comércio. Nos EUA, Trump justificou a medida como “defesa dos trabalhadores americanos”, em discurso transmitido pela Casa Branca.
Números que explicam a tensão
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34%: Tarifa atual da China sobre produtos americanos, alvo da exigência de Trump.
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50%: Tarifa adicional proposta pelos EUA sobre importações chinesas.
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US$ 657 bilhões: Volume do comércio EUA-China em 2024, segundo a OMC.
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2018: Ano em que a guerra comercial começou, marcando uma década de disputas.
O que vem pela frente?
Analistas preveem que a China pode retaliar com medidas como restrições a exportações de terras raras – minerais essenciais para a indústria de tecnologia – ou aumento de tarifas sobre soja e carne americanas. Enquanto isso, os mercados globais reagem com cautela: o índice Dow Jones caiu 1,2% nesta manhã, e o yuan perdeu 0,8% frente ao dólar.
A resposta definitiva da China deve ser anunciada nos próximos dias, mas o tom beligerante sugere que a trégua comercial está longe de ser alcançada.