Pesquisadores afirmam que metal radioativo pode revolucionar a geração de energia nuclear, mas desafios técnicos ainda persistem
China descobre tório como energia: Geólogos chineses identificaram uma vasta reserva de tório, um metal radioativo que pode ser utilizado como combustível nuclear e tem potencial para abastecer a demanda energética da China por até 60 mil anos. A descoberta foi feita no complexo Bayan Obo, na Mongólia Interior, onde o material está presente em rejeitos de mineração.
O tório tem sido apontado como uma alternativa mais segura e eficiente ao urânio, pois gera menos resíduos nucleares e apresenta menor risco de acidentes em reatores. No entanto, a tecnologia necessária para viabilizar seu uso em larga escala ainda enfrenta desafios.
Como o tório pode mudar a matriz energética?
Diferente do urânio, o tório não pode iniciar uma reação em cadeia por conta própria, mas, quando combinado com um material fissível, como o plutônio, ele se transforma em urânio-233, um isótopo altamente eficiente para geração de energia. Esse processo ocorre em reatores de sal fundido, que operam em temperaturas mais altas e pressões mais baixas, tornando-os mais seguros.
Além disso, os reatores de tório produzem menos resíduos radioativos de longa duração e não exigem água para resfriamento, o que os torna uma alternativa viável para regiões com escassez hídrica.
Vantagens do tório sobre o urânio
- Menos resíduos nucleares: Gera até 200 vezes menos rejeitos radioativos.
- Maior segurança: Não gera reações descontroladas, reduzindo riscos de acidentes nucleares.
- Eficiência energética: Produz mais energia do que a mesma quantidade de urânio.
- Menos impacto ambiental: Não depende de grandes quantidades de água para resfriamento.
Os desafios da utilização do tório
Apesar do otimismo da comunidade científica, a extração e utilização do tório ainda enfrentam barreiras significativas. A separação do metal nos rejeitos minerais é um processo químico complexo, que exige grandes quantidades de ácido e energia, elevando os custos operacionais.
Outro obstáculo é a necessidade de desenvolver e implementar reatores nucleares adaptados para o uso do tório. Atualmente, a maioria das usinas nucleares ao redor do mundo opera com urânio, e a transição para o novo combustível exigiria investimentos bilionários.
China avança nos estudos sobre reatores de tório
A China já vem investindo em pesquisas para viabilizar o uso do tório como fonte de energia há mais de uma década. Em 2021, o país iniciou testes em um protótipo de reator de sal fundido movido a tório na província de Gansu, considerado um passo fundamental para a adoção dessa tecnologia.
Se os testes forem bem-sucedidos, Pequim planeja expandir o uso do tório nos próximos anos, consolidando sua posição na busca por fontes energéticas mais seguras e sustentáveis.
Uma solução de longo prazo?
Embora a descoberta da reserva de tório seja promissora, especialistas alertam que a transição para uma matriz energética baseada nesse elemento ainda pode levar décadas. O sucesso dessa iniciativa dependerá de avanços tecnológicos, políticas energéticas favoráveis e redução dos custos de extração e processamento.
Ainda assim, o tório pode representar uma revolução energética para a China e para o mundo, oferecendo uma alternativa mais segura e sustentável para a geração de eletricidade no futuro.
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