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quinta-feira, novembro 14, 2024

Chegada de Frente Fria no Sudeste Aumenta Níveis de Poluição no Interior do Brasil

Especialista explica como a poluição afeta o ciclo atmosférico entre as estações do ano

Frente fria intensifica poluição no Sudeste: A chegada de uma frente fria no Sudeste do Brasil entre a madrugada de sábado (14) e o início de domingo (15) trouxe alívio nas temperaturas em cidades como Curitiba e São Paulo. No entanto, apesar da queda no calor, a expectativa de melhora na qualidade do ar é baixa, e a poluição continua a afetar diversas regiões.

Previsão para os próximos dias

De acordo com a meteorologista Heloísa Pereira, a frente fria que atinge o Sudeste não está sendo suficiente para dispersar os poluentes que se acumulam no céu das regiões centro-sul do Brasil. O estado de São Paulo, principalmente na faixa leste, deve sentir uma diminuição temporária nas temperaturas até sexta-feira (20), mas o calor retornará em breve, especialmente no oeste paulista, onde as condições atmosféricas continuam adversas.

No Centro-Oeste, a frente fria trará uma leve queda nas temperaturas, mas o efeito será limitado. Em Cuiabá, por exemplo, a redução será de apenas 4°C, com a máxima caindo de 44°C para 40°C ao longo da semana. Contudo, a partir do dia 20 de setembro, o calor extremo e a baixa umidade voltam com força, com a expectativa de temperaturas até 7°C acima da média para a época.

O calor da primavera é maior que o do verão?

Embora muitas pessoas associem o verão com as temperaturas mais altas, Heloísa explica que a primavera pode ser ainda mais quente. Isso ocorre porque, apesar da umidade elevada do verão prolongar a sensação de calor, as maiores médias de temperatura costumam ser registradas durante a primavera. Em 2024, espera-se que a estação tenha temperaturas acima da média histórica, principalmente no Centro-Oeste e no oeste de São Paulo.

A influência da frente fria em uma atmosfera poluída

Apesar da formação de nuvens no Centro-Oeste neste domingo, o fenômeno está mais relacionado ao acúmulo de poluentes do que à umidade. A frente fria que se desloca em direção ao Sudeste tem atraído uma pluma de poluentes para o interior do Brasil, intensificando a nebulosidade sem trazer alívio. Essa concentração de gases poluentes tem dificultado a dispersão dos mesmos, agravando a qualidade do ar.

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Heloísa Pereira esclarece que o cenário atmosférico atual é complicado, pois, em vez de atrair umidade e instabilidades típicas da estação, a atmosfera está saturada com poluentes em suspensão. Essa condição faz com que a transição entre o inverno e a primavera seja marcada por um ar mais poluído do que o normal.

A necessidade de mais frentes frias

Para que haja uma melhora significativa na qualidade do ar, a meteorologista enfatiza que seriam necessárias mais frentes frias. “Precisamos de pelo menos cinco ou seis novos episódios de instabilidade para limpar o ar e aumentar a umidade”, afirma. Ela ressalta que o processo é gradual e pode ocorrer de forma mais intensa ao longo de outubro.

Embora a expectativa de novas frentes frias seja menor do que o esperado para esta época do ano, Heloísa acredita que a climatologia acabará prevalecendo. “Mesmo que de forma lenta, ao longo de outubro, podemos esperar que a atmosfera comece a se limpar.”

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