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sexta-feira, janeiro 17, 2025

Causas da Morte de Botos no Lago Tefé: Resultados em Uma Semana

Mortandade de Botos no Lago Tefé

Pesquisadores buscam respostas para a morte de mais de 150 botos e tucuxis na região do Lago Tefé, Amazonas; A região do Lago Tefé, no Médio Solimões, Amazonas, testemunhou um evento trágico em setembro, quando mais de 150 botos e tucuxis foram encontrados mortos. O mistério por trás dessas mortes ainda intriga pesquisadores, que esperam desvendar as causas desse cenário preocupante.

Pesquisadores da equipe da operação Emergência Botos Tefé estão empenhados em entender o que levou a essa mortandade, que começou em 28 de setembro. A principal suspeita é a alta temperatura da água do lago, que atingiu mais de 39°C, um fenômeno raro na região.

No entanto, não há respostas definitivas ainda, e os especialistas aguardam os resultados de exames realizados nas carcaças dos animais, com destaque para as análises dos tecidos cerebrais. Essas análises permitirão determinar se a alta temperatura da água teve um papel decisivo nas mortes dos botos.

A equipe está focada em analisar todos os aspectos para identificar a causa raiz desse trágico evento. A complexidade dessas análises de laboratório requer tempo, mas a expectativa é que, em uma semana, possamos ter resultados mais concretos.

Coordenador da Comissão Técnica Águas da Amazônia da ABRHidro e pesquisador do Instituto Mamirauá, Ayan Fleischmann explicou: “Tem algumas análises que são chave, e que ainda não chegaram os resultados, em especial às relacionadas aos tecidos, [como] o tecido do cérebro dos animais que foram para análise, para a gente saber se tem alguma alteração no cérebro que possa ter ocorrido por causa da hipertermia, devido apenas à elevadíssima temperatura da água. A gente espera dentro de uma semana, no máximo, ter o resultado. São análises complexas de laboratório e que o pessoal está correndo contra o tempo para fazer.”

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A temperatura da água, que atingiu 39,1°C no dia 28 de setembro, é um fator preocupante. No entanto, os pesquisadores também consideram outras possíveis causas, como patologias ou intoxicações associadas ao crescimento de fitoplânctons. Essas questões complexas exigem uma investigação minuciosa.

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que coordena as ações, já foram necropsiados 104 animais, e amostras de tecidos e órgãos foram enviadas para laboratórios especializados em todo o Brasil. Até o momento, não há indícios de agentes infecciosos relacionados às mortes, mas as investigações continuam.

A proliferação da alga Euglena sanguínea no lago foi registrada, mas não há evidências de que sua toxina tenha causado a morte dos botos ou dos peixes na região.

Barreira implantada

Para evitar mais mortes de botos, os pesquisadores estão implantando uma barreira física chamada “pari” para isolar trechos mais quentes do lago e direcionar os animais para áreas mais profundas, onde a temperatura da água é mais amena. A condução dos animais para águas mais profundas também tem como objetivo reduzir o estresse e evitar intervenções diretas.

O mistério da mortandade de botos no Lago Tefé está sendo investigado com afinco, e a esperança é de que, em breve, os pesquisadores possam fornecer respostas precisas sobre essa triste ocorrência.

Saiba mais: Mortandade de Botos na Amazônia durante a Segunda Maior Seca em 13 Anos

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