Contexto do Depoimento
Relato de Claudiele Santos
Claudiele afirmou que frequentemente presenciava o estado de Djidja ao ser chamada para trabalhar com a família. “Eu era chamada para fazer o cabelo da Djidja e presenciava o estado dela, dava banho nela, fazia de tudo que estava ao meu alcance para ajudá-la. Eu só não podia chegar e falar ‘estamos com uma ambulância aqui, vamos te levar para uma clínica agora’. Eu não sou família, eu sou colaboradora da empresa”, disse a maquiadora.
Ela ainda mencionou que, junto com outros colaboradores, sabia do uso abusivo de cetamina pela família. “O que nos cabia fazer, nós fizemos. Pensamos em denunciar, mas nós éramos funcionários, nós precisávamos dos nossos empregos. Então, a gente não podia bater de frente com a família. As decisões eram deles”, enfatizou Claudiele.
Acusações e Envolvimento na Seita
Durante o depoimento, Claudiele foi questionada sobre seu suposto envolvimento na seita ‘Pai, Mãe, Vida’, que promovia o tráfico de drogas sintéticas de uso veterinário e a administração forçada dessas substâncias. Ela negou qualquer participação no tráfico ou associação criminosa, afirmando que sua relação com a família Cardoso era apenas como funcionária e amiga de Cleusimar.
“Eu não tenho participação com venda, com tráfico, associação para o tráfico, grupo, algo do tipo. Minha relação com a família Cardoso era como funcionária da empresa e sou amiga da Cleusimar, que é uma pessoa que me ajudou muito, tanto que tentei ajudar por inúmeras vezes a família dela”, declarou Claudiele.
Situação Familiar e Prisão Preventiva
Claudiele também falou sobre sua situação familiar, mencionando que está tentando recuperar a guarda de sua filha, que foi morar com o pai enquanto ela estava detida na Central de Acompanhamento de Alternativas Penais do Amazonas (Ciapa).
Prisão Domiciliar
Na quarta-feira (5), Claudiele teve sua prisão preventiva convertida em domiciliar pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). A maquiadora, que se entregou à polícia na quinta-feira (30), recebeu essa decisão por ter uma filha de 1 ano e 9 meses que necessita de cuidados maternos. Segundo seu advogado, Kevin Teles, a criança ainda está em fase de amamentação. Claudiele será monitorada por tornozeleira eletrônica e não poderá sair do endereço registrado.
Detalhes sobre a Seita ‘Pai, Mãe, Vida’
O caso também envolve Ademar Cardoso Neto, de 29 anos, e Cleusimar Cardoso, de 53 anos, mãe e irmão de Djidja. Eles são apontados como líderes da seita ‘Pai, Mãe, Vida’, que promovia o tráfico de drogas sintéticas. O inquérito policial que resultou no mandado de prisão de quatro pessoas revela que Ademar se considerava ‘Jesus’ e Cleusimar ‘Maria’. Djidja Cardoso era vista como ‘Maria Madalena’ na seita.
Segundo depoimentos, os funcionários eram obrigados a integrar a seita e consumir as drogas. Ademar Neto alegava que o uso dessas substâncias ajudava a resolver problemas.