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quinta-feira, novembro 14, 2024

Caso Djidja Cardoso: Mãe e Irmão Impediram Tratamento e Ajuda de Parentes, Dizem Familiares

Investigação Aponta Uso de Cetamina em Ritual Religioso

Caso Djidja Cardoso: Investigação de Overdose; A família da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, encontrada morta em Manaus, afirmou à polícia que tentou ajudá-la a combater a dependência química, mas foi impedida pela mãe e pelo irmão dela, Ademar e Cleusimar Cardoso, que estão presos preventivamente. Ambos são investigados por participarem de um grupo religioso que utilizava cetamina em rituais.

A morte de Djidja, estrela por cinco anos do Festival de Parintins, está sendo investigada pela Polícia Civil do Amazonas. A principal suspeita é que ela tenha sofrido uma overdose de cetamina, um anestésico de uso humano e veterinário. O resultado do exame de necropsia realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) deve sair em até 30 dias.

Dependência Química e Denúncias Familiares

De acordo com familiares, há cerca de um ano Djidja começou a usar cetamina. Eles tentaram ajudar, mas foram impedidos por Ademar e Cleusimar, que não permitiram que ela recebesse o tratamento adequado. Djidja foi encontrada morta no dia 28 de maio, na casa onde morava com a mãe e o irmão, na Zona Norte de Manaus.

Familiares relataram que os três estavam profundamente envolvidos com a dependência química e que, nos últimos meses, Djidja estava tão debilitada que não conseguia mais sair da cama. Uma prima, que pediu anonimato, disse que Djidja estava muito dependente da droga, usando fralda e incapaz de se levantar, e que tinha vergonha de sua aparência.

Boletim de Ocorrência e Investigações

Dias antes de Djidja ser encontrada morta, uma prima registrou um Boletim de Ocorrência (BO) no dia 24 de maio, acusando a mãe e o irmão de sequestro e cárcere privado. A denúncia faz parte do inquérito policial que investiga o caso. O BO relata que Djidja não podia receber visitas nem sair de casa, pois estava constantemente sob efeito da droga, e que o irmão era responsável por fornecer a cetamina.

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A polícia começou a investigar Djidja, seu irmão e sua mãe por tráfico de cetamina há pouco mais de um mês. Segundo o inquérito, os três formaram um grupo religioso chamado “Pai, Mãe, Vida”, que incentivava o uso da droga para alcançar uma suposta plenitude espiritual. Verônica da Costa, gerente de um salão de beleza de Djidja, era responsável por comprar a droga ilegalmente, com apoio de Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos, funcionários da família Cardoso. Os três também estão presos.

Desdobramentos e Defesa

De acordo com Cícero Túlio, delegado responsável pelo caso, o uso excessivo de cetamina causava alucinações nos membros da família, que se viam como figuras religiosas: Ademar se considerava uma representação de Jesus Cristo, Cleusimar era Maria de Nazaré, e Djidja era vista como Madalena.

A investigação sugere que o grupo fazia aplicação forçada de cetamina em seus integrantes e obrigava os funcionários de uma das unidades da rede de salões de beleza a participar dos rituais. A defesa nega a existência de rituais religiosos e a coação dos funcionários, alegando que tudo não passava de discursos feitos sob efeito da droga.

Ademar, Cleusimar e Verônica estão sofrendo de abstinência na prisão, de acordo com a defesa, que vai pedir a internação compulsória dos três. As investigações sobre a morte de Djidja estão sendo conduzidas pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). A suspeita é que Djidja tenha sofrido uma overdose durante um dos rituais do grupo. O corpo dela apresentava sinais de uso excessivo da substância.

Conclusão das Investigações 

A situação envolvendo Djidja Cardoso é complexa e trágica, destacando os perigos da dependência química e o impacto devastador que pode ter em uma família. A polícia continua a investigar para esclarecer todos os detalhes e responsabilidades envolvidas neste caso

Veja também: Mãe e Irmão de Djidja Sofrem com Crise de Abstinência em Presídio; Defesa Vai Solicitar Internação Compulsória

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