Polícia Federal pede inclusão da deputada em lista de foragidos internacionais; cidadania italiana não deve barrar extradição
Zambelli na Interpol após fugir do Brasil: A Polícia Federal encaminhou nesta quarta-feira (4) um pedido formal à Interpol para incluir a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha, que reúne procurados internacionais por crimes graves. A solicitação ocorreu após a condenação da parlamentar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por crimes de invasão de sistema informático e falsidade ideológica.
Zambelli é acusada de atuar em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto para inserir documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Após a sentença, a deputada deixou o Brasil e atualmente está fora do alcance das autoridades nacionais.
Fuga do país e plano de ir à Itália
Segundo informações confirmadas pela Polícia Federal, Zambelli cruzou a fronteira com a Argentina no final de maio e viajou para os Estados Unidos. Em entrevista à CNN Brasil, a parlamentar afirmou que planeja seguir para a Itália, onde possui cidadania italiana, alegando que isso a tornaria “intocável” judicialmente.
No entanto, juristas e diplomatas afirmam que a cidadania não impede a extradição, especialmente em casos de crimes comuns. O caso do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, extraditado da Itália em 2015, é citado como precedente jurídico.
Medidas do STF contra Zambelli
O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, determinou uma série de medidas cautelares contra a deputada:
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Bloqueio de passaportes e contas bancárias
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Suspensão de salários e benefícios pagos pela Câmara dos Deputados
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Desativação de perfis nas redes sociais utilizados para difundir conteúdo político
Além disso, o Ministério da Justiça foi autorizado a solicitar o apoio internacional necessário para localizar e deter Zambelli fora do país.
Itália reage e Interpol analisa pedido
A repercussão da fuga chegou à política italiana. O deputado Angelo Bonelli solicitou que o governo de Roma revogue a cidadania italiana da parlamentar e impeça sua entrada no país. O comando da Interpol, atualmente sob liderança do brasileiro Valdecy Urquiza, analisa o pedido da PF com base em critérios legais e tratados internacionais.
Caso a inclusão na lista vermelha seja confirmada, Zambelli poderá ser detida por autoridades estrangeiras a qualquer momento, caso seja localizada em território que tenha acordo de cooperação com o Brasil.
Reações nas redes e clima político
O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais. Críticos acusam a deputada de fuga premeditada, enquanto seus apoiadores alegam que ela está sendo perseguida por motivações políticas. A hashtag #ZambelliForagida liderou os trending topics no X (antigo Twitter), ao lado de pedidos para que o Congresso declare vacância do mandato.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ainda não se pronunciou oficialmente sobre a perda de mandato, mas fontes próximas à Mesa Diretora indicam que o assunto deve ser debatido nos próximos dias.
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