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sexta-feira, novembro 15, 2024

Câmara de SP Aprova Projeto que Multa em R$ 17 Mil Quem Doar Comida a Moradores de Rua

Entenda as Novas Regras para Doação de Alimentos

SP: Multa por Doação de Comida a Moradores de Rua;A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em primeira votação, um projeto de lei que impõe uma multa de R$ 17 mil para quem descumprir determinados requisitos ao doar alimentos a pessoas em situação de rua. O texto abrange tanto ONGs e entidades quanto pessoas físicas.

Regras para Pessoas Físicas

As novas exigências para pessoas físicas que desejam doar alimentos incluem:

  • Limpeza da área onde será realizada a distribuição.
  • Disponibilização de tendas, mesas, cadeiras, talheres, guardanapos e demais itens necessários para uma alimentação segura e digna.
  • Obtenção de autorização da Secretaria Municipal de Subprefeituras.
  • Obtenção de autorização da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS).
  • Cadastro de todos os voluntários presentes na ação junto à SMADS.

Regras para ONGs e Entidades

As ONGs e entidades deverão cumprir os seguintes requisitos adicionais:

  • Apresentação de razão social registrada e reconhecida pelos órgãos competentes do município.
  • Fornecimento de documento atualizado com informações sobre o quadro administrativo da entidade, incluindo nomes e cargos dos membros.
  • Cadastro das pessoas em situação de vulnerabilidade social com informações atualizadas junto à SMADS.
  • Identificação dos voluntários com crachás da entidade durante a entrega dos alimentos.
  • Autenticação das documentações em cartório ou apresentação de atestado de veracidade.
  • Vistoria do local de preparação dos alimentos pela Vigilância Sanitária.

Reações das ONGs

Representantes de ONGs que atuam com pessoas em situação de rua criticaram o projeto, afirmando que as exigências são “arbitrariedades sem sentido” que afastarão voluntários e inibirão o trabalho humanitário. Thiago Branco, da ONG Mãos na Massa, e Christian Francis Braga, do Instituto GAS, destacaram que “a proposta mostra um profundo desconhecimento da realidade da população vulnerável na cidade”. Eles ressaltaram que muitas ONGs e grupos de voluntários fazem o trabalho que deveria ser realizado pelo poder público.

Denisson D’Angiles, fundador do Instituto CEU Estrela Guia, expressou seu espanto com o projeto, questionando: “Por que, em vez de coibir ações voluntárias, não se propõe ajudar essas instituições cedendo espaço e mecanismos para que funcionem?”.

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A Ação da Cidadania, uma das maiores ONGs de combate à fome no país, também criticou o projeto, afirmando que “o político que toma a decisão de restringir o trabalho de organizações sérias está seriamente comprometido em extinguir a existência das pessoas que vivem em vulnerabilidade”.

Posicionamento do Autor do Projeto

Rubinho Nunes (União), autor do projeto, defendeu a proposta afirmando que “o objetivo é garantir protocolos de segurança alimentar na distribuição, prestigiando a higiene e acolhimento das pessoas vulneráveis”. Ele alegou que houve interpretações erradas sobre o projeto e que a medida otimiza a assistência, evitando desperdício e a venda de marmitas para compra de drogas.

Reações da Oposição

A vereadora Luna Zarattini (PT) criticou o projeto, afirmando que “em vez de incentivar as ONGs no combate à fome, o projeto estimula multas e penalidades através de muitos requisitos burocráticos”. Silvia Ferraro, do mandato coletivo Bancada Feminista do PSOL, declarou que pretende obstruir a pauta da Câmara Municipal caso o projeto siga para segunda votação, acusando o autor de tentar “matar de fome a população em situação de rua”.

Resposta da Prefeitura de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo informou que atualmente não existe obrigação de Termo de Permissão de Uso (TPU) para entrega de alimentos a pessoas em situação de rua. A gestão municipal mantém programas de Segurança Alimentar que entregam refeições para a população vulnerável em todas as regiões da cidade. O projeto de lei será analisado pelo prefeito caso seja aprovado em segunda votação.

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