Condenação do Brasil ao Ataque
“O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o ataque israelense realizado na manhã de hoje,” declarou o Itamaraty, enfatizando que o local “abrigava deslocados internos, em sua maioria mulheres e crianças, que têm na UNRWA um ponto de apoio indispensável.”
Contexto dos Ataques
Desde o início da ofensiva israelense em Gaza, mais de 430 ataques a instalações da UNRWA foram registrados. O MRE destacou que “pelo menos 455 deslocados internos foram mortos e outros 1.476 ficaram feridos enquanto se abrigavam em edifícios da Agência da ONU. Além disso, 180 funcionários da Agência em Gaza foram mortos desde então,” conforme mencionado na nota oficial.
Violações do Direito Internacional Humanitário
O governo brasileiro reafirmou que ataques a populações e infraestruturas civis, violando os princípios da distinção e proporcionalidade, são graves violações do direito internacional humanitário. “Não há justificativa para ataques militares contra instalações da ONU. Da mesma forma, áreas densamente povoadas devem ser poupadas,” completou a nota.
Resposta de Israel
Israel alegou que a escola abrigava “combatentes do Hamas”. Este ataque acontece em um contexto onde negociações de cessar-fogo estão em andamento, visando a libertação de reféns capturados pelo grupo palestino no dia 7 de outubro de 2023, em troca de palestinos presos por Israel.
Israel já acusou funcionários da UNRWA de envolvimento nos eventos de 7 de outubro e de colaboração com o Hamas. No entanto, uma investigação independente solicitada pela ONU não encontrou provas das acusações feitas por Tel Aviv.
Apelo por Cessar-Fogo
Em uma manifestação conjunta, o Brasil, os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá, a Alemanha e vários outros países apelaram ao Hamas e a Israel para aceitarem uma proposta de cessar-fogo permanente, anunciada pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
“Neste momento decisivo, apelamos aos líderes de Israel, bem como ao Hamas, para que assumam todos os compromissos finais necessários para fechar este acordo e trazer alívio às famílias dos nossos reféns, bem como às pessoas de ambos os lados deste terrível conflito, incluindo as populações civis. É hora de a guerra acabar e este acordo é o ponto de partida necessário,” declarou a manifestação conjunta.
O documento também foi assinado pelos governos da Argentina, Áustria, Bulgária, Colômbia, Dinamarca, França, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Espanha e Tailândia.
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