Defesa de Bolsonaro no STF Inclui 15 Testemunhas de Peso
Bolsonaro lista 15 testemunhas: Na segunda-feira (28), Jair Bolsonaro apresentou sua defesa prévia ao Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que o investiga por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A lista de testemunhas reúne 15 nomes, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e Giuseppe Janino, ex-diretor de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pelas urnas eletrônicas em 2022. A entrega ocorreu dias após Bolsonaro ser intimado enquanto estava internado em uma UTI.
Entenda o Processo no STF
Acusações da PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro e outros sete réus de formar uma organização criminosa para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022. Os crimes imputados incluem tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e danos qualificados contra o patrimônio público, relacionados aos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Segundo a PGR, o grupo planejava ações como a decretação de um “estado de sítio” para manter Bolsonaro no poder.
Investigação e Operação da PF
A Polícia Federal intensificou as investigações com a operação “Tempus Veritatis” em 2024, que culminou no indiciamento de Bolsonaro e aliados, como os ex-ministros Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira. Em março de 2025, o STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, aceitou a denúncia da PGR, tornando Bolsonaro réu. O caso agora está na fase de coleta de depoimentos.
Quem São as Testemunhas Escolhidas
A defesa de Bolsonaro selecionou figuras estratégicas para reforçar sua narrativa. Entre as testemunhas estão:
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Tarcísio de Freitas: Governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, que já manifestou apoio público ao ex-presidente.
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Hamilton Mourão: Ex-vice-presidente e senador, conhecido por posições moderadas durante o governo.
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Ciro Nogueira: Senador e presidente do PP, aliado próximo de Bolsonaro.
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Rogério Marinho: Senador e ex-ministro do Desenvolvimento Regional.
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Giuseppe Janino: Ex-diretor de tecnologia do TSE, responsável pelas urnas em 2022.
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Eduardo Pazuello: Ex-ministro da Saúde e general do Exército.
A lista também inclui militares, como o general Augusto Heleno, e políticos, como o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, visando demonstrar que não havia intenção de ruptura institucional.
Estratégia da Defesa
Contraponto às Acusações
Liderada pelo advogado Fabio Wajngarten, a defesa de Bolsonaro argumenta que as acusações são “frágeis” e baseadas em suposições, sem evidências diretas de um plano golpista. O documento entregue ao STF contesta a narrativa da PGR, afirmando que as ações de Bolsonaro se limitaram a questionamentos legítimos sobre o processo eleitoral. A inclusão de Janino sugere um esforço para desmontar a tese de que Bolsonaro incitou apoiadores com alegações infundadas sobre urnas.
Críticas ao Processo
A defesa também questionou o momento da intimação, feita enquanto Bolsonaro estava internado, chamando o ato de “desproporcional”. Em redes sociais, aliados do ex-presidente têm classificado o processo como uma tentativa de “criminalizar a oposição”, embora o STF mantenha que as investigações seguem critérios técnicos.
Repercussão Política
A escolha de Tarcísio de Freitas como testemunha coloca o governador de São Paulo no centro do debate político. Visto como potencial candidato à Presidência em 2026, Tarcísio afirmou que testemunhará por “respeito à história” que construiu com Bolsonaro. A decisão pode consolidar seu apoio entre bolsonaristas, mas também o associa a um processo de alto risco, com possíveis impactos em sua imagem.
O julgamento também reacende divisões no cenário político. “Esse processo testa a solidez das instituições brasileiras”, avalia a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da UFSCar. Uma condenação poderia agravar a crise no campo conservador, enquanto uma absolvição poderia fortalecer a narrativa de perseguição política defendida por Bolsonaro.
Declarações Oficiais
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, enfatizou a necessidade de esclarecer os fatos: “A democracia brasileira foi desafiada, e o STF agirá com rigor.” Já o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que as provas incluem “reuniões, documentos e comunicações” que apontam para um plano estruturado contra o Estado de Direito.
Tarcísio de Freitas, em nota, declarou: “Fui chamado a contribuir com a verdade e o farei com responsabilidade.” Hamilton Mourão, por sua vez, adotou tom neutro: “A Justiça deve ser imparcial e baseada em fatos.”
Dados e Contexto
As investigações do STF e da PF revelaram que o grupo acusado teria discutido medidas como a decretação de um “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) para anular o resultado eleitoral. Relatórios apontam que os atos de 8 de janeiro custaram R$ 6,3 bilhões em danos materiais e imateriais, segundo estimativas do governo federal. Desde 2023, mais de 1.400 pessoas foram denunciadas por envolvimento nos ataques, com 30 condenações até abril de 2025.
Próximos Passos
O STF agora ouvirá as testemunhas de defesa e acusação, em uma fase que pode durar meses. Após os depoimentos, os réus serão interrogados, e a PGR apresentará suas alegações finais. O julgamento, esperado para o segundo semestre de 2025, será decisivo para o futuro político de Bolsonaro, que já está inelegível até 2030 por decisão do TSE. Uma condenação pode resultar em penas de até 12 anos por tentativa de golpe, além de outros crimes.
Orientação aos Leitores
O julgamento de Bolsonaro no STF é um marco para a democracia brasileira. Acompanhe as sessões do STF, disponíveis ao vivo, e consulte fontes confiáveis para evitar desinformação. A transparência do processo é crucial para reforçar a confiança nas instituições e esclarecer os eventos de 2022 e 2023.
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