Moraes inicia interrogatórios do “núcleo duro” da suposta trama golpista; expectativa é de revelações explosivas
Bolsonaro depõe no STF sobre plano de golpe: O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira, 10 de junho de 2025, os interrogatórios dos oito integrantes do chamado “núcleo 1” da suposta tentativa de golpe de Estado denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e investigada pela Polícia Federal. Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que será ouvido pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, ao lado de militares e ex-ministros de seu governo.
A ação penal é considerada uma das mais relevantes da história recente da Corte, reunindo depoimentos de figuras-chave como Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Augusto Heleno, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Quem são os réus ouvidos nesta fase
Nesta fase do processo, os interrogatórios estão centrados nos principais nomes envolvidos na organização e suposta articulação do plano de ruptura institucional:
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Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
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Mauro Cid – ex-ajudante de ordens e delator
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Alexandre Ramagem – ex-diretor da ABIN e atual deputado federal
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Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
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Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
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Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
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Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
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Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, atualmente preso
As oitivas ocorrem na sede do STF, em Brasília, com previsão de duração até sexta-feira (14). Moraes reservou cinco dias inteiros para ouvir os depoimentos, que não serão transmitidos ao vivo, mas terão trechos disponibilizados pela assessoria da Corte.
Delator abre a sequência de depoimentos
Mauro Cid é peça-chave no avanço do caso
O primeiro a prestar depoimento foi Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Sua delação premiada foi central para a abertura da Ação Penal 2668, revelando supostos encontros, estratégias e documentos que comprovariam a intenção de romper a ordem democrática.
Segundo fontes da PGR, Cid detalhou o funcionamento do chamado “gabinete do golpe” e entregou uma minuta com instruções para a decretação do estado de sítio e anulação das eleições de 2022. A defesa de Bolsonaro nega qualquer relação com os documentos e afirma que o ex-presidente jamais cogitou qualquer ação contra a Constituição.
Riscos jurídicos e políticos para Bolsonaro
STF pode acelerar tramitação do julgamento
Os depoimentos ocorrem num momento de intensa pressão pública e política. A acusação da PGR sustenta que os réus cometeram cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, incitação e uso indevido das Forças Armadas.
O caso já provocou movimentações no Congresso e especulações sobre inelegibilidade definitiva de Bolsonaro para 2026. Parlamentares da oposição pressionam por celeridade no julgamento, enquanto apoiadores do ex-presidente mantêm a narrativa de “perseguição política”.
Especulações e movimentação nas redes
Aliados e opositores alimentam polarização digital
A hashtag #BolsonaroNoBancoDosRéus lidera os trending topics do X (antigo Twitter) desde o início da manhã. Usuários favoráveis à responsabilização do ex-presidente pedem punição exemplar, enquanto perfis ligados à direita questionam a imparcialidade do STF e apontam “uso político do Judiciário”.
Influenciadores, juristas e políticos têm comentado cada etapa da audiência, reforçando o clima de tensão que acompanha a tramitação do processo. Embora parte do conteúdo esteja sob sigilo, a expectativa é que trechos dos depoimentos vazem nos próximos dias, alimentando o debate.
O que esperar das próximas sessões
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Interrogatórios seguem até sexta-feira (14), podendo haver desdobramentos processuais imediatos.
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Alexandre Moraes avaliará se os réus devem responder em liberdade ou se novas medidas cautelares serão aplicadas.
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A PGR deve apresentar parecer final ainda neste semestre, permitindo o julgamento do mérito antes das eleições municipais.
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