Ataque Aéreo em Zona Humanitária
Detalhes do Ataque e Consequências
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, mais de 289 pessoas ficaram feridas no ataque que ocorreu na área de al-Mawasi, perto de Khan Younis, uma região designada como zona humanitária pelos militares israelenses, onde palestinos buscavam abrigo. Uma autoridade israelense declarou que o alvo principal era Mohammed Deif, chefe do braço militar do Hamas, em uma “área aberta” ocupada apenas por “terroristas do Hamas e nenhum civil”.
Rafa Salama, comandante do Hamas em Khan Younis, também foi citado como alvo do ataque, que foi descrito por Israel como um “trabalho de inteligência preciso”. No entanto, o Hamas contestou essas alegações, afirmando que “não é a primeira vez que Israel afirma ter como alvo os líderes palestinos, alegações que depois se mostram falsas”.
Reação e Análise
A BBC Verify analisou imagens da região após o ataque e confirmou que a ação militar ocorreu dentro de uma área designada como zona humanitária, de acordo com o site das Forças de Defesa de Israel. Uma testemunha ocular em al-Mawasi descreveu o local do ataque como se tivesse sido atingido por um “terremoto”.
Testemunhos e Relatos
Vídeos mostram destroços fumegantes e vítimas sendo carregadas em macas. Pessoas desesperadamente vasculhavam os escombros com as próprias mãos. O Dr. Mohammed Abu Rayya, em entrevista ao Serviço Mundial da BBC, descreveu o dia como “um dos mais obscuros”, comparando as cenas ao “inferno”. Ele relatou que muitas vítimas eram civis, principalmente mulheres e crianças.
Imagens de um hospital de campanha próximo do Kuwait revelam cenas de caos, com muitos pacientes recebendo tratamento no chão. O complexo médico Nasser, em Khan Younis, está “sobrecarregado” e incapaz de funcionar plenamente, segundo a instituição de caridade britânica Medical Aid for Palestinians (MAP).
Contexto e Reações
Na quarta-feira (10/7), os militares israelenses instruíram os residentes da Cidade de Gaza a evacuar para o sul, em direção ao centro da Faixa de Gaza, devido à intensificação das operações no norte do território. Mohammed Deif, chefe das Brigadas al-Qassam, a ala militar do Hamas, é um dos principais alvos dos militares de Israel, sendo considerado um dos mentores do ataque do Hamas em 7 de outubro, que resultou na morte de cerca de 1,2 mil israelenses e estrangeiros, e no sequestro de 251 pessoas.
Um porta-voz do Hamas, citado pela Reuters, classificou o ataque como uma “grave escalada” e afirmou que Israel não está interessado em um acordo para o fim da guerra. As negociações para o cessar-fogo realizadas no Qatar e no Egito terminaram sem sucesso na sexta-feira (12/7), segundo a BBC.
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