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sexta-feira, maio 30, 2025

Apreensão de 226 kg de drogas perto do Vale do Javari expõe rota do narcotráfico na Amazônia

Embarcação foi interceptada por forças de segurança com entorpecentes escondidos sob o assoalho; região é conhecida como corredor do tráfico internacional

226 kg de drogas apreendidos no Vale do Javari: Uma ação conjunta entre o Exército Brasileiro e a Polícia Militar do Amazonas resultou na apreensão de 226 quilos de drogas em uma embarcação no Porto de Benjamin Constant, município localizado às margens do rio Javari, próximo à Terra Indígena Vale do Javari. O caso aconteceu na última terça-feira (27) e integra a Operação Ágata 2025, coordenada pelo Ministério da Defesa e o Comando Conjunto APOENA.

Durante a inspeção, agentes identificaram comportamento suspeito do tripulante, o que motivou o uso de cão farejador na embarcação. Após a remoção de partes do assoalho, foram encontrados 101 kg de pasta base de cocaína, 98 kg de maconha e 16 kg de cocaína pronta para consumo.

O tripulante foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia da Polícia Civil de Benjamin Constant. A embarcação também foi apreendida para perícia.

Vale do Javari: corredor do crime na tríplice fronteira

A Terra Indígena Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, é a segunda maior do Brasil em extensão territorial e abriga povos indígenas isolados. Localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, a área é considerada estratégica para organizações criminosas que utilizam os rios da região como rotas para o tráfico internacional de drogas.

Segundo autoridades, o difícil acesso e a baixa presença do Estado facilitam a atuação de facções criminosas e cartéis estrangeiros. “A região é visada por grupos que buscam se infiltrar em territórios indígenas para fugir da fiscalização e promover o tráfico”, afirmou um oficial do Exército que participou da operação.

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Operação Ágata intensifica presença do Estado na Amazônia

A apreensão fez parte da Operação Ágata 2025 – Comando Conjunto APOENA, que visa combater crimes ambientais e transfronteiriços, além de oferecer apoio humanitário às comunidades indígenas e ribeirinhas.

Somente neste ano, a operação já realizou mais de 45 mil atendimentos de saúde e distribuiu mais de 120 mil medicamentos em 67 comunidades da Amazônia. A área de atuação ultrapassa 510 mil km², equivalente ao território da Espanha.

A iniciativa é uma resposta à crescente pressão de autoridades internacionais e entidades ambientais que denunciam a presença do crime organizado na floresta amazônica.

Repercussão e discussões nas redes sociais

A notícia da apreensão repercutiu fortemente nas redes sociais, principalmente entre ambientalistas e ativistas indígenas, que cobram uma presença permanente do Estado na região. Alguns usuários sugerem a criação de uma base militar fixa no entorno do Vale do Javari.

Em paralelo, especialistas em segurança pública alertam para a necessidade de reforçar o monitoramento fluvial e o uso de tecnologia para rastrear rotas do tráfico. “As organizações criminosas estão usando rotas antes impensáveis e se aproveitam da ausência de fiscalização para traficar em larga escala”, declarou o pesquisador Irlan Simões, do Instituto de Estudos da Amazônia.

Veja Também: Funcionário de empresa aérea é preso com 97 kg de maconha no Aeroporto de Manaus 

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