Surpresa no extrato: aposentados enfrentam descontos que nunca autorizaram
Aposentados denunciam débitos indevidos: Milhares de aposentados brasileiros estão sendo surpreendidos com débitos automáticos não autorizados em suas contas bancárias. Os valores, geralmente entre R$ 30 e R$ 90 por mês, têm sido descontados após o recebimento dos benefícios do INSS — sem contrato formal, consentimento ou qualquer aviso prévio.
Diferente dos já conhecidos descontos diretamente na folha do INSS, neste novo esquema os valores são debitados diretamente da conta corrente do beneficiário, dificultando a identificação da origem e o rastreamento da empresa responsável. Em muitos casos, nem mesmo o nome verdadeiro da empresa aparece no extrato bancário.
Empresas acumulam milhares de processos e viram alvos da Justiça
Duas empresas estão no centro da polêmica:
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Paulista Serviços (Pserv): mais de 15 mil ações judiciais tramitam contra a empresa, que presta serviços de “assistência” supostamente autorizados pelos aposentados.
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Grupo Aspecir: responsável por 20.777 processos em andamento, sendo 14.042 apenas contra a Aspecir Previdência.
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Ambas as empresas alegam que os descontos foram autorizados via contratos ou gravações telefônicas. No entanto, a maioria dos aposentados nega veementemente qualquer vínculo ou solicitação desses serviços.
Ministério Público, CGU e TCE entram na investigação
O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para investigar a legalidade dos descontos. A Controladoria-Geral da União (CGU) também entrou no caso, após identificar falsificações de assinaturas e uso indevido de dados por supostas associações.
O Tribunal de Contas do Estado de SP (TCE-SP) notificou empresas e órgãos públicos para explicarem os critérios de autorização dos débitos. Já o INSS criou um sistema digital para que os beneficiários possam contestar os valores e pedir ressarcimento, diretamente pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135.
Como saber se você foi vítima e o que fazer
Se você é aposentado ou pensionista, siga os passos abaixo:
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Acesse o aplicativo “Meu INSS” e verifique a aba “Extrato de Pagamento” ou ligue para 135.
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Confira se há descontos desconhecidos ou recorrentes que não reconhece.
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Conteste os descontos diretamente no app ou por telefone.
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Aguarde a análise. Se a empresa não comprovar autorização, o INSS fará o reembolso.
O site oficial do governo também disponibilizou um guia com perguntas e respostas sobre o procedimento de restituição (gov.br/inss).
Redes sociais reagem: “roubo institucionalizado” ou falha de fiscalização?
Nas redes sociais, o caso gerou forte indignação. Internautas acusam os bancos e o INSS de omissão e chamam a prática de “roubo institucionalizado”. Outros criticam a falta de educação digital para idosos, tornando-os alvos fáceis para contratos fraudulentos.
A hashtag #DescontoIndevido passou a ser utilizada por milhares de usuários relatando situações semelhantes em diferentes estados, principalmente em São Paulo, Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul.
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