Governo nega proposta oficial, mas especialistas alertam: sistema previdenciário pode entrar em colapso sem novas reformas
Debate sobre o futuro da Previdência volta a ganhar força após projeção que prevê aposentadoria até os 78 anos em 2060
Aposentadoria pode subir para 72 anos diz estudo: Uma projeção do Banco Mundial sobre o futuro da Previdência Social no Brasil está gerando polêmica e especulações nas redes sociais. O estudo, divulgado em abril de 2025, sugere que, se o país não fizer novas reformas no sistema previdenciário, a idade mínima para aposentadoria poderá chegar a 72 anos em 2040 e 78 anos até 2060, a fim de manter o equilíbrio fiscal e demográfico.
A divulgação gerou alarme entre internautas e movimentos sociais, embora o próprio governo tenha desmentido que qualquer mudança esteja em discussão oficial neste momento.
Entenda a projeção do Banco Mundial
O relatório do Banco Mundial, intitulado “Envelhecimento e a Previdência no Brasil”, utiliza dados demográficos e econômicos para simular cenários futuros caso não haja ajustes nas regras atuais da aposentadoria. O objetivo seria manter estável a razão de dependência — ou seja, a proporção entre pessoas em idade de trabalhar e aposentados — nos moldes de 2020.
A estimativa é de que, sem reformas, a elevação da idade mínima será inevitável diante do rápido envelhecimento populacional. Atualmente, a idade mínima para aposentadoria no Brasil, após a Reforma da Previdência de 2019, é de 65 anos para homens e 62 para mulheres.
“Com o aumento da expectativa de vida e redução da taxa de natalidade, o atual modelo previdenciário se tornará insustentável”, alerta o relatório.
Governo nega qualquer proposta para subir idade mínima
Diante da repercussão nas redes, o Ministério da Previdência Social e o Ministério do Planejamento e Orçamento emitiram comunicados negando que haja qualquer proposta formal para alterar a idade mínima de aposentadoria.
“As informações veiculadas em redes sociais sobre aposentadoria aos 72 anos são projeções técnicas, não propostas legislativas”, afirmou o ministério em nota oficial.
Reações nas redes e especulações sobre mudanças
A divulgação dos dados fez o tema explodir no X (antigo Twitter), com hashtags como #AposentadoriaAos72 e #ReformaJá entre os assuntos mais comentados. Muitos usuários criticaram a possibilidade de trabalhar até idades avançadas sem garantia de acesso à aposentadoria digna. Outros cobraram transparência do governo e debates públicos mais amplos sobre o tema.
Especialistas em previdência defendem que a discussão deve ir além da idade mínima e incluir tópicos como igualdade entre homens e mulheres, diferenças entre trabalhador urbano e rural, e revisão de benefícios e regras de pensão.
O que pode ser feito para evitar esse cenário?
O próprio Banco Mundial propõe alternativas para tornar o sistema mais sustentável:
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Redução gradual das diferenças entre regras para homens e mulheres;
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Unificação das regras para trabalhadores urbanos e rurais;
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Revisão de benefícios mínimos e pensões por morte;
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Incentivos para ampliação da base de contribuintes.
Segundo o economista Paulo Tafner, especialista em previdência, o Brasil tem tempo para agir, mas precisa iniciar as mudanças o quanto antes. “A sociedade precisa decidir se prefere ajustes graduais ou crises abruptas.”
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