Desvalorização histórica do peso e medidas iniciais
Argentina reduz inflação e pobreza com reformas de Milei: Em 12 de dezembro de 2023, o presidente argentino Javier Milei anunciou uma desvalorização significativa do peso argentino, ajustando a taxa de câmbio oficial de 366,5 para 800 pesos por dólar, representando uma redução de aproximadamente 54%. Essa medida foi parte de um pacote econômico abrangente destinado a enfrentar a crise fiscal e a inflação elevada no país. Além da desvalorização, o governo implementou cortes substanciais nos subsídios aos setores de transporte e energia, suspendeu obras públicas e reduziu o número de ministérios de 18 para 9, buscando uma reestruturação do Estado e a contenção do déficit fiscal .
Impactos econômicos e sociais das reformas
As reformas econômicas adotadas pelo governo Milei tiveram efeitos imediatos e significativos. A inflação anual, que atingia 211,4% em 2023, foi reduzida para 117,8% em 2024 e, até março de 2025, alcançou 55,9%, conforme dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) . Paralelamente, a taxa de pobreza, que havia subido para 52,9% no primeiro semestre de 2024, caiu para 38,1% no segundo semestre do mesmo ano . Apesar dessas melhorias nos indicadores macroeconômicos, a população enfrentou desafios, como o aumento do desemprego e a redução de serviços públicos, resultantes das políticas de austeridade implementadas.
Acordo com o FMI e flexibilização dos controles cambiais
Em abril de 2025, o governo argentino firmou um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um programa de financiamento de US$ 20 bilhões, com um desembolso inicial de US$ 12 bilhões. Como parte do acordo, o país eliminou a maioria dos controles cambiais, permitindo que o peso argentino flutuasse dentro de uma faixa entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar. Essa medida visa estabilizar o mercado cambial e atrair investimentos estrangeiros, embora especialistas alertem para possíveis riscos de volatilidade no curto prazo .
Reações internas e perspectivas futuras
As políticas econômicas de Milei geraram reações diversas na sociedade argentina. Em 10 de abril de 2025, uma greve geral liderada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) paralisou setores importantes da economia, em protesto contra as medidas de austeridade e os cortes no setor público . Apesar das críticas, o governo mantém o compromisso com as reformas, argumentando que são necessárias para restaurar a estabilidade econômica e promover o crescimento sustentável. Analistas projetam que, com a continuidade das políticas atuais, a economia argentina poderá registrar um crescimento de até 5,5% em 2025, impulsionado por investimentos e pela recuperação de setores estratégicos.
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