Dólar Perde Apelo Global, Afirma Porta-Voz Russo
Peskov destacou que o dólar vem perdendo gradualmente seu apelo como moeda de reserva global para diversas nações. Ele acrescentou que essa tendência está se intensificando à medida que mais países buscam alternativas para reduzir a dependência do dólar norte-americano.
Contexto das Declarações de Trump
No último sábado (30), Trump utilizou sua plataforma de mídia social para exigir que os países do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos membros como Arábia Saudita e Emirados Árabes — não criem uma moeda própria ou adotem qualquer alternativa ao dólar. Ele ameaçou que, caso a exigência não fosse cumprida, esses países enfrentariam tarifas comerciais de até 100%.
A fala provocou uma reação imediata do Kremlin, que vê as ações de Trump como contraproducentes. “O uso do dólar como ferramenta de pressão política está afastando muitos países de sua adoção”, afirmou Peskov.
Dólar em Declínio e Movimentações do Brics
A perda de apelo do dólar como principal moeda de reserva já era discutida em fóruns internacionais antes mesmo das declarações de Trump. Países do Brics vêm explorando mecanismos de transações em moedas locais, como forma de evitar sanções econômicas e aumentar sua autonomia financeira.
Ainda durante a última cúpula do Brics, realizada na Rússia, foi debatida a possibilidade de criação de um sistema alternativo de pagamento. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou a importância de avançar em mecanismos que reduzam a dependência do dólar nas transações internacionais.
Repercussão Internacional
A postura dos Estados Unidos tem gerado discussões globais sobre os limites do dólar como moeda dominante. Economistas apontam que as ações de Trump podem acelerar o movimento de desdolarização, fortalecendo o interesse de países emergentes em buscar alternativas financeiras mais alinhadas aos seus próprios interesses econômicos.
Para o Kremlin, ameaças como essas apenas reforçam a necessidade de ampliar as iniciativas para diversificar os sistemas de pagamento globais. “A pressão exagerada sobre o uso do dólar pode, ironicamente, levar ao seu declínio mais rápido”, concluiu Peskov.