A Transição da Refinaria Isaac Sabbá e Seus Impactos
Amazonas Lidera: Maior Preço da Gasolina desde Era Bolsonaro; Dois anos após a transferência da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) para o Grupo Atem, o Amazonas ainda enfrenta preços de gasolina significativamente altos. A compra, fechada por R$ 1,3 bilhão, não impediu que Manaus continuasse com a gasolina mais cara do Brasil, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Além disso, Manaus figura como uma das capitais com o GLP (gás de cozinha) mais caro.
O Panorama dos Preços do Combustível
Durante a segunda semana de agosto, os dados da ANP mostraram que o preço médio da gasolina comum em Manaus era de R$ 6,28 por litro, enquanto a gasolina aditivada estava a R$ 6,33. Comparativamente, o preço médio nacional estava por volta de R$ 5,52. Além disso, o gás de cozinha no mesmo período estava sendo vendido a R$ 116,42, atrás apenas de Boa Vista e Cuiabá.
Os Desafios Além da Capital
Fora de Manaus, os preços da gasolina comum em lugares como Tefé alcançavam R$ 7,28. O Sindipetro-AM aponta para a privatização e a criação de um monopólio regional privado como as principais causas para esses aumentos consideráveis.
Em 2023, o preço da gasolina em Manaus cresceu 25,85%, com preços atingindo R$ 2,80 no Ream, comparado aos R$ 2,66 nas refinarias da Petrobrás.
Ações Regulatórias e Resposta do Mercado
Em resposta ao aumento dos preços, o Ministério Público do Amazonas iniciou uma investigação em março, quando o preço na bomba atingiu R$ 6,59. Durante esse período, um adicional de R$ 0,34 por litro foi previsto, devido à reintrodução parcial dos impostos PIS e Cofins.
O Grupo Atem, agora proprietário da refinaria, conquistou um monopólio regional, que muitos críticos consideram responsável pelo aumento dos preços. Marcus Ribeiro, do Sindipetro-AM, argumenta que os preços poderiam ter sido mais flexíveis se a refinaria permanecesse sob controle estatal.
O economista André Roncaglia destaca que tais refinarias, após serem privatizadas, frequentemente se tornam monopólios locais ou regionais, permitindo-lhes determinar preços com pouca concorrência.
Reação e Resposta da Refinaria da Amazônia (Ream)
Ao ser consultada, a Refinaria da Amazônia esclareceu que segue as tendências do mercado, considerando fatores como flutuações no preço do petróleo e taxas de câmbio. Eles também alegaram ter praticado preços mais baixos em comparação com a estatal em alguns meses de 2023.
Procon-AM em Ação
O Procon-AM começou uma nova rodada de inspeções nos postos de combustível de Manaus na metade de agosto, especialmente após os anúncios de aumento de preço pela Petrobras. Jalil Fraxe, líder do Procon-AM, enfatiza a importância de monitorar os preços para evitar aumentos injustificados.
Com essa nova realidade de preços, o Ministério Público planeja estabelecer um acordo para compensar os consumidores em Manaus por potenciais danos.
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