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quinta-feira, novembro 14, 2024

Amazonas enfrenta seca antecipada e recorde de queimadas em agosto

Cidades em emergência e comunidades ameaçadas de isolamento em meio à crise ambiental

Seca e queimadas no Amazonas: Crise em agosto de 2024; O Amazonas está vivenciando uma situação crítica em 2024, com uma seca antecipada que já afeta quase 290 mil pessoas e um recorde de queimadas em agosto. Segundo dados do governo estadual, 20 municípios estão em situação de emergência, e as dificuldades para receber insumos básicos têm levado ao aumento no preço de produtos em diversas localidades. Além disso, comunidades indígenas e ribeirinhas enfrentam o risco de isolamento devido à baixa nos níveis dos rios.

Recorde de queimadas agrava a situação

As queimadas também atingiram números alarmantes, com cerca de 7 mil focos de calor registrados em agosto, superando o mesmo período de 2023. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alerta para o impacto das queimadas ilegais, que somadas à seca, têm causado ondas de fumaça que afetam a saúde pública e o meio ambiente.

O fenômeno El Niño, aliado ao La Niña, são apontados como os principais fatores naturais que influenciam essa crise hídrica. Enquanto o El Niño provoca seca na Região Norte, o La Niña costuma trazer chuvas intensas. No entanto, a estiagem deste ano começou antes do esperado, agravando ainda mais a situação.

Efeitos da seca nos rios do Amazonas

O impacto da seca é evidente nos principais rios do Amazonas. O Rio Negro, em Manaus, baixou quase dois metros em agosto, atingindo um nível crítico de vazante. Cidades como Tabatinga, no Alto Solimões, enfrentam dificuldades extremas, como a escassez de água potável e o aumento significativo nos preços dos alimentos.

Em resposta à gravidade da situação, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) decidiu antecipar o envio das urnas eletrônicas para os municípios do interior, temendo que a seca comprometa o acesso às localidades durante as eleições.

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Comunidades ribeirinhas em risco de isolamento

Um estudo recente aponta que mais de 2,2 mil comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas podem enfrentar isolamento devido à seca. Essas localidades já estão sendo afetadas pela interrupção da navegação, o que pode levar à escassez de alimentos e suprimentos médicos. As condições extremas da seca de 2023, que ainda impactam a região, contribuem para o agravamento do cenário atual.

O pesquisador Renato Senna, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), destaca que a seca de 2023 ainda não acabou, e os efeitos continuam a ser sentidos. A previsão é de que as condições só melhorem no segundo semestre de 2024, quando as águas do Oceano Pacífico começarem a esfriar, possibilitando o retorno das chuvas à Amazônia.

Veja Também: A Cidade Envira do Amazonas, Enfrenta Seca Severa e Aumento de 100% nos Preços de Alimentos

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