Cidade já sente os efeitos da elevação das águas; Defesa Civil em alerta máximo e cenário preocupa autoridades
Cheia do Rio Solimões atinge Manacapuru: O município de Manacapuru, a cerca de 90 km de Manaus, enfrenta dias de tensão com a rápida elevação do nível do Rio Solimões, que se aproxima da cota de inundação severa estabelecida em 19,60 metros. Segundo o boletim mais recente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), há uma probabilidade de 53% de que o rio ultrapasse esse limite ainda em maio de 2025, podendo alcançar entre 19,10 m e 20,16 m.
Com os bairros ribeirinhos já sofrendo alagamentos, moradores relatam dificuldades de locomoção, perda de pertences e falta de acesso a serviços essenciais. A Defesa Civil do Amazonas elevou o grau de alerta na cidade e intensificou o monitoramento da região.
Comunidades afetadas vivem rotina de improviso
Diversas famílias nos bairros da zona ribeirinha de Manacapuru estão tendo que adaptar suas rotinas à realidade das águas. Passarelas improvisadas de madeira, transporte por canoas e isolamento de escolas são algumas das consequências imediatas da enchente.
“Estamos usando isopor como base para tentar manter os móveis longe da água. Já perdi o fogão e a geladeira”, relatou a moradora Carla dos Santos, de 42 anos, da comunidade São Francisco, à rádio local FM Manacapuru.
A prefeitura iniciou a distribuição de cestas básicas e lonas para as famílias mais afetadas, mas líderes comunitários alegam que o suporte ainda é insuficiente.
Órgãos oficiais monitoram e avaliam ações emergenciais
De acordo com o SGB, a cheia atual está dentro da média histórica, mas os dados mostram uma tendência preocupante de aumento, agravada pelo alto volume de chuvas na cabeceira do rio e pelo represamento natural causado pela elevação simultânea do Rio Negro.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em parceria com o Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), acompanha o comportamento dos rios com uso de satélites e modelos matemáticos de previsão.
A Defesa Civil orienta a população a acompanhar os alertas oficiais e evitar áreas de risco, além de manter documentação e bens essenciais protegidos contra danos das águas.
Repercussão nas redes e temor de repetição histórica
Nas redes sociais, vídeos de casas submersas, ruas alagadas e famílias sendo retiradas de barcos estão viralizando com comentários de indignação, solidariedade e temor de uma nova “supercheia”, como a registrada em 2021.
Ambientalistas alertam para a necessidade de políticas públicas mais eficientes de adaptação e resposta a eventos extremos que, segundo especialistas, tendem a se tornar mais frequentes com as mudanças climáticas.
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