Conflito no Oriente Médio entra em nova fase após acordo mediado por potências internacionais
Os termos do acordo
O cessar-fogo, que deve entrar em vigor no próximo domingo (19), inclui a troca escalonada de reféns. Inicialmente, 33 reféns israelenses – entre crianças, doentes e idosos – serão libertados pelo Hamas. Em troca, Israel soltará 1.000 prisioneiros palestinos.
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, se reuniu com famílias de reféns para explicar os termos do acordo, que prevê a repatriação de corpos de reféns em uma terceira etapa. “Esse foi um dos processos mais difíceis de negociação em toda a minha carreira,” disse o presidente dos EUA, Joe Biden, que celebrou o entendimento como uma oportunidade para ampliar a ajuda humanitária em Gaza.
Apesar da trégua, as forças israelenses permanecerão em Gaza até a retirada ser efetivada em etapas posteriores, mantendo o controle de áreas estratégicas, como o corredor fronteiriço entre Gaza e o Egito.
Mediação internacional
O papel de mediação foi amplamente conduzido pelo Qatar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos. O enviado americano, Brett McGurk, e o negociador indicado por Donald Trump, Steve Witkoff, foram peças-chave no entendimento. A presença de Witkoff, amigo pessoal de Trump, ajudou a destravar pontos de resistência por parte do governo israelense.
Netanyahu, que havia resistido à ideia de um cessar-fogo, cedeu às pressões internacionais e domésticas. O Hamas, por sua vez, exigiu garantias sobre a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza.
O impacto do acordo
O cessar-fogo chega como uma tentativa de aliviar a crise humanitária na Faixa de Gaza, onde a infraestrutura foi severamente danificada durante os confrontos. Segundo relatos árabes, o conflito já deixou 46.707 mortos até agora, enquanto os ataques de Israel resultaram em perdas significativas para o Hamas.
Ainda assim, o futuro do acordo é incerto. Críticos apontam que a violência pode ser retomada após a troca de reféns e prisioneiros, dependendo de como os termos serão implementados.
Internamente, Netanyahu enfrenta pressões de aliados ultrarreligiosos e conservadores, que criticam o cessar-fogo e ameaçam abrir uma crise política em Israel.
Um passo para o fim do conflito?
Embora o acordo não resolva os problemas estruturais do conflito, ele representa um avanço na busca por soluções negociadas. A troca de reféns e prisioneiros pode abrir espaço para negociações futuras, enquanto a pausa nos combates oferece algum alívio às populações afetadas.
A continuidade do cessar-fogo e a implementação dos termos acordados serão acompanhadas de perto pela comunidade internacional, em um esforço para evitar a retomada da violência.
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