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quinta-feira, novembro 14, 2024

Abin Paralela: Autoridades e Jornalistas Espionados Durante a Gestão Bolsonaro

Operação Última Milha Revela Espionagem Ilegal

Espionagem na Gestão Bolsonaro: O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta quinta-feira (11) o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha. Desde 2023, a operação investiga o uso indevido de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar autoridades e adversários políticos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Lista de Espionados

De acordo com a Polícia Federal, a chamada Abin paralela monitorou diversas autoridades, servidores públicos e jornalistas, incluindo:

  • Poder Judiciário: Ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.
  • Poder Legislativo: Arthur Lira, presidente da Câmara; deputado Kim Kataguiri; ex-deputados Rodrigo Maia, Joice Hasselmann e Jean Wyllys; senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.
  • Poder Executivo: João Doria, ex-governador de São Paulo; servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; auditores da Receita Federal Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.
  • Jornalistas: Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.

Operações Clandestinas e Fake News

Conforme as investigações, a Abin paralela criou perfis falsos e disseminou fake news. Diálogos entre Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet revelaram “possíveis ações clandestinas” contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, com o objetivo de comprometer a credibilidade do sistema eleitoral.

Monitoramento de Familiares de Bolsonaro

O relatório da Polícia Federal indica que a Abin foi usada para monitorar pessoas relacionadas às investigações envolvendo os familiares de Jair Bolsonaro, como Jair Renan Bolsonaro e seus ex-sócios, Allan Lucena e Luís Felipe Belmonte.

CPI da Covid

A Abin teria sido utilizada clandestinamente contra o senador Alessandro Vieira, membro da CPI da Covid. A comissão investigava irregularidades na gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro. Diálogos entre Giancarlo e Bormevet mostraram tentativas de desinformar sobre Alessandro Vieira, envolvendo até Carlos Bolsonaro.

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Mandados de Prisão e Busca

Na última fase da Operação Última Milha, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo. Entre os presos estão Mateus de Carvalho Sposito, Richards Dyer Pozzer, Rogério Beraldo de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues.

Implicações Legais

Se confirmadas, as condutas investigadas podem levar a indiciamentos por crimes como organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático.

Fases Anteriores da Operação

Em outubro de 2023, a Polícia Federal afastou ex-diretores da Abin que atuavam durante a gestão de Alexandre Ramagem. Também foram presos Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky por coagir colegas a evitar demissões. O software utilizado irregularmente pela Abin era o FirstMile, da empresa israelense Cognyte.

Veja também: Câmara Aprova Projeto de Regulamentação da Reforma Tributária com Isenção de Imposto para Carnes

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