Ex-ministro do Turismo de Bolsonaro é investigado por tentativa de ajudar Mauro Cid a fugir do país
Gilson Machado solto por Moraes: Gilson Machado Neto, 57 anos, é empresário, músico sanfoneiro e ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro. Natural de Recife (PE), ganhou destaque ao assumir a presidência da Embratur em 2019, sendo alçado ao comando do ministério em 2020. Conhecido por seu discurso alinhado com pautas bolsonaristas e por aparições públicas com sanfona em mãos, Machado também concorreu ao Senado por Pernambuco em 2022, mas não foi eleito.
Durante sua passagem pelo governo federal, tornou-se um dos nomes mais midiáticos do chamado “núcleo duro” do bolsonarismo, sendo constantemente defendido pelo ex-presidente nas redes sociais e eventos públicos.
Por que Gilson Machado foi preso?
Suposta tentativa de facilitar fuga de Mauro Cid com passaporte europeu
A prisão ocorreu em 13 de junho, após operação da Polícia Federal que apura tentativas de obstrução de investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Gilson foi apontado como suposto articulador de uma possível obtenção de passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e delator da trama golpista.
Segundo as investigações, Machado teria usado influência para facilitar o processo de dupla cidadania de Cid ou de sua família, o que levantou suspeitas de que haveria um plano de fuga internacional. Ele nega todas as acusações e afirma que o pedido era para o pai idoso, e não para qualquer investigado.
A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, com base em indícios levantados pela PF de que Machado estaria atuando para atrapalhar a ação da Justiça.
STF revoga prisão após audiência e impõe restrições
Moraes substitui prisão por medidas cautelares
Menos de 24 horas após a detenção, Moraes decidiu revogar a prisão preventiva. A medida foi substituída por:
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Proibição de sair do país
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Cancelamento do passaporte
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Comparecimento periódico à Justiça
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Proibição de contato com outros investigados
Segundo despacho do STF, “a prisão cumpriu seu objetivo investigativo inicial” e não há risco iminente de fuga.
Repercussão nas redes e entre aliados
Bolsonarismo denuncia “perseguição política”; oposição cobra rigor
A soltura de Gilson Machado gerou forte repercussão no X (antigo Twitter). A base bolsonarista classificou a prisão como abuso de poder. Influenciadores como Allan dos Santos e deputados da oposição falaram em “Estado de exceção” e pediram anistia para os acusados de envolvimento no 8 de janeiro.
Já parlamentares da base do governo defenderam a atuação do STF. O senador Randolfe Rodrigues afirmou:
“O Judiciário está cumprindo seu dever constitucional diante de um plano claro de sabotagem da democracia.”
Internautas também ironizaram o caso:
“Gilson com sanfona e passaporte português é quase roteiro de filme”, comentou um usuário.
Qual a situação atual de Gilson Machado?
Solto, mas ainda investigado
Apesar de estar em liberdade, Machado segue como investigado no inquérito da Polícia Federal que apura a rede de apoio logístico a possíveis fugas. A PGR ainda pode oferecer denúncia, e, caso descumpra qualquer medida imposta, sua prisão pode ser restabelecida.
Advogados do ex-ministro afirmaram em nota que ele está “tranquilo” e que “prestará todos os esclarecimentos devidos à Justiça”.
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