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segunda-feira, junho 9, 2025

Bolsonaro e aliados sentam no banco dos réus: plano de golpe começa a ser julgado no STF

Moraes inicia interrogatórios do “núcleo duro” da suposta trama golpista; expectativa é de revelações explosivas

Bolsonaro depõe no STF sobre plano de golpe: O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira, 10 de junho de 2025, os interrogatórios dos oito integrantes do chamado “núcleo 1” da suposta tentativa de golpe de Estado denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e investigada pela Polícia Federal. Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que será ouvido pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, ao lado de militares e ex-ministros de seu governo.

A ação penal é considerada uma das mais relevantes da história recente da Corte, reunindo depoimentos de figuras-chave como Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Augusto Heleno, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Quem são os réus ouvidos nesta fase

Nesta fase do processo, os interrogatórios estão centrados nos principais nomes envolvidos na organização e suposta articulação do plano de ruptura institucional:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República

  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens e delator

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  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da ABIN e atual deputado federal

  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça

  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional

  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha

  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa

  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, atualmente preso

As oitivas ocorrem na sede do STF, em Brasília, com previsão de duração até sexta-feira (14). Moraes reservou cinco dias inteiros para ouvir os depoimentos, que não serão transmitidos ao vivo, mas terão trechos disponibilizados pela assessoria da Corte.

Delator abre a sequência de depoimentos

Mauro Cid é peça-chave no avanço do caso

O primeiro a prestar depoimento foi Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Sua delação premiada foi central para a abertura da Ação Penal 2668, revelando supostos encontros, estratégias e documentos que comprovariam a intenção de romper a ordem democrática.

Segundo fontes da PGR, Cid detalhou o funcionamento do chamado “gabinete do golpe” e entregou uma minuta com instruções para a decretação do estado de sítio e anulação das eleições de 2022. A defesa de Bolsonaro nega qualquer relação com os documentos e afirma que o ex-presidente jamais cogitou qualquer ação contra a Constituição.

Riscos jurídicos e políticos para Bolsonaro

STF pode acelerar tramitação do julgamento

Os depoimentos ocorrem num momento de intensa pressão pública e política. A acusação da PGR sustenta que os réus cometeram cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, incitação e uso indevido das Forças Armadas.

O caso já provocou movimentações no Congresso e especulações sobre inelegibilidade definitiva de Bolsonaro para 2026. Parlamentares da oposição pressionam por celeridade no julgamento, enquanto apoiadores do ex-presidente mantêm a narrativa de “perseguição política”.

Especulações e movimentação nas redes

Aliados e opositores alimentam polarização digital

A hashtag #BolsonaroNoBancoDosRéus lidera os trending topics do X (antigo Twitter) desde o início da manhã. Usuários favoráveis à responsabilização do ex-presidente pedem punição exemplar, enquanto perfis ligados à direita questionam a imparcialidade do STF e apontam “uso político do Judiciário”.

Influenciadores, juristas e políticos têm comentado cada etapa da audiência, reforçando o clima de tensão que acompanha a tramitação do processo. Embora parte do conteúdo esteja sob sigilo, a expectativa é que trechos dos depoimentos vazem nos próximos dias, alimentando o debate.

O que esperar das próximas sessões

  • Interrogatórios seguem até sexta-feira (14), podendo haver desdobramentos processuais imediatos.

  • Alexandre Moraes avaliará se os réus devem responder em liberdade ou se novas medidas cautelares serão aplicadas.

  • A PGR deve apresentar parecer final ainda neste semestre, permitindo o julgamento do mérito antes das eleições municipais.

Veja Também: STF mantém ação contra Bolsonaro por tentativa de golpe: Moraes rejeita pedido de suspensão

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