Condenada pelo STF, deputada tenta manter influência política transferindo redes e apoio à própria mãe
Zambelli declarou, em entrevista à Rádio Auriverde, que está na Europa por motivos de saúde e se disse vítima de “perseguição judicial”, reiterando sua inocência. Ao mesmo tempo, informou que suas redes sociais – com mais de 3,7 milhões de seguidores no Instagram – agora estão sob a responsabilidade da mãe, que será a nova representante da família na política.
Entenda o caso: condenação por invasão e falsidade ideológica
A condenação de Zambelli foi decidida pela 1ª Turma do STF no dia 14 de maio de 2025. Ela foi considerada culpada por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, após envolvimento direto em uma ação criminosa que invadiu os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para forjar falsos mandados de prisão e soltura, inclusive com o nome do ministro Alexandre de Moraes entre os alvos fictícios.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustentou que a deputada foi a autora intelectual do crime, orientando a ação de um hacker contratado para executar a invasão. Zambelli já havia sido alvo de medidas restritivas em 2022, quando sacou uma arma nas ruas de São Paulo em pleno período eleitoral, o que também foi usado como agravante no julgamento atual.
Estratégia de continuidade: mãe na Câmara e filho em 2028
Diante da inelegibilidade, Zambelli decidiu transformar o nome da mãe em alternativa eleitoral para 2026. Rita Zambelli passa a atuar como pré-candidata à Câmara com total apoio da filha, que a apresenta como “herdeira da luta” da família. “Minha mãe é minha candidata a deputada federal. É uma continuidade da nossa luta pela liberdade e contra os abusos do Judiciário”, afirmou Carla em vídeo publicado nas redes.
Além disso, a parlamentar revelou planos para lançar o filho, João Hélio Salgado Neto, como candidato à Câmara Municipal de São Paulo em 2028. João tem 17 anos e, segundo a deputada, “carrega os mesmos valores da família”.
Reações e especulações nas redes
A movimentação política da família Zambelli gerou forte repercussão nas redes sociais. Enquanto apoiadores elogiam a “estratégia de resistência”, críticos apontam tentativa de burlar o sistema democrático por meio de candidaturas indiretas. Comentários nas redes acusam a parlamentar de “fuga do Brasil” e “uso da mãe como laranja política”, embora até o momento não haja indícios jurídicos de que Rita Zambelli não possa se candidatar legalmente.
Especialistas ouvidos pela imprensa destacam que, embora a prática não seja ilegal, o lançamento de parentes como sucessores políticos pode levantar questionamentos éticos, especialmente quando motivado por condenações judiciais.
Situação atual e próximos passos
Carla Zambelli está em território europeu e deve pedir oficialmente afastamento do cargo, segundo declarou na entrevista. A Justiça Eleitoral deve ser notificada da condenação nos próximos dias, momento em que a perda do mandato se tornará oficial. A defesa da parlamentar ainda pode recorrer de parte da decisão, mas o efeito imediato da pena já impede qualquer possibilidade de candidatura.
Enquanto isso, a mãe de Zambelli intensifica sua presença nas redes e começa a se apresentar ao público como alternativa política conservadora, assumindo o legado da filha. Ainda não há confirmação oficial de qual partido Rita pretende se filiar.
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