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quinta-feira, junho 5, 2025

Rússia e Ucrânia voltam a negociar a paz em Istambul após nova escalada de ataques

Encontro entre delegações ocorre nesta segunda (2), em meio a ofensiva com drones, pressões diplomáticas e crescente desgaste internacional da guerra

Rússia e Ucrânia negociam paz após novos ataques: Rússia e Ucrânia retomaram nesta segunda-feira (2), em Istambul, uma nova rodada de negociações de paz após meses de impasse e crescente intensificação do conflito. A reunião é mediada pelo governo da Turquia e ocorre no Palácio Ciragan, à margem do Bósforo, sob forte esquema de segurança e com a atenção da comunidade internacional.

O encontro acontece dias após uma sequência de ataques de grande escala. A Ucrânia lançou a “Operação Teia de Aranha”, um ataque coordenado com drones contra bases aéreas russas na Sibéria, que teria destruído dezenas de aeronaves militares, incluindo bombardeiros estratégicos. Em resposta, a Rússia executou a maior ofensiva com drones da guerra até o momento, lançando 472 unidades contra o território ucraniano. As ações deixaram mortos, feridos e causaram destruição significativa em Kiev, Kharkiv e Dnipro, segundo o Ministério do Interior ucraniano.

Propostas de Kiev e silêncio estratégico de Moscou

A delegação ucraniana, liderada pelo ministro da Defesa Rustem Umerov, apresentou um plano de paz dividido em seis pontos principais. Entre eles estão o pedido de cessar-fogo imediato por 30 dias, a devolução de crianças deportadas ilegalmente para o território russo, a troca de prisioneiros, o respeito à soberania ucraniana com liberdade para adesão à União Europeia e à OTAN, a não aceitação das anexações promovidas pela Rússia e o uso de ativos russos congelados no Ocidente para reparar danos de guerra.

Moscou, por sua vez, ainda não apresentou publicamente uma contraproposta. O Kremlin confirmou que está representado por Vladimir Medinsky, conselheiro de política externa do governo russo, mas declarou que suas condições seriam tratadas apenas durante as reuniões a portas fechadas. Fontes do governo russo informaram à agência Tass que a exigência principal é a neutralidade militar da Ucrânia e garantias contra a expansão da OTAN.

Envolvimento internacional e críticas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs um cessar-fogo temporário de 30 dias e sinalizou a possibilidade de impor novas sanções contra Moscou caso a Rússia não demonstre disposição concreta ao diálogo. A medida foi rejeitada por diplomatas russos, que consideraram a proposta unilateral e desequilibrada.

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Líderes europeus também acompanham as negociações com cautela. O chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron defenderam, em nota conjunta, a retomada da diplomacia com “base no direito internacional e respeito à integridade territorial da Ucrânia”.

Tensão nas redes e desconfiança popular

Nas redes sociais, a retomada das negociações dividiu opiniões. Enquanto setores ligados ao Ocidente veem a iniciativa como um avanço diplomático, outros usuários alertam que o movimento russo pode representar apenas uma manobra estratégica para ganhar tempo e reposicionar tropas. Hashtags como #PazNaUcrânia e #FimDaGuerraJá dominaram os trending topics no X (antigo Twitter).

Analistas políticos também demonstram ceticismo quanto à possibilidade de um acordo imediato. “O retorno à mesa de negociação é importante, mas não se pode ignorar o contexto bélico que continua se agravando”, disse Nina Drozdova, especialista em geopolítica do Instituto Carnegie.

Próximos passos

As delegações devem continuar reunidas até quarta-feira (4), com possibilidade de prorrogação do encontro caso haja avanços significativos. Representantes da ONU, União Europeia e China acompanham os diálogos como observadores.

Mesmo diante do ceticismo generalizado, diplomatas acreditam que o retorno ao diálogo abre uma janela política que poderá ser explorada nos próximos meses, principalmente diante do crescente desgaste social e econômico provocado pela guerra, que já ultrapassa os três anos e soma mais de 500 mil mortos, segundo estimativas da ONU.

Veja Também: Rússia Lança Maior Ataque Aéreo à Ucrânia Antes de Troca de Prisioneiros

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