Operação conjunta entre Marinha e Polícia Federal intercepta mais de 2 toneladas da droga a 363 km da costa de Salvador
Apreensão de haxixe em veleiro na Bahia: Em uma ação considerada histórica pelas autoridades brasileiras, a Polícia Federal, com apoio da Marinha do Brasil, realizou a segunda maior apreensão de haxixe já registrada no país. A operação aconteceu em 10 de novembro de 2023, quando um veleiro foi interceptado em alto-mar, a cerca de 363 km da costa de Salvador (BA).
A embarcação, de nome “Kiel”, transportava 2.174 kg de haxixe, acondicionados em fardos. Quatro tripulantes foram presos em flagrante e responderão por tráfico internacional de drogas. A ação foi resultado de uma investigação de inteligência que já monitorava movimentações suspeitas na rota marítima entre o norte da África e o litoral brasileiro.
Marinha e PF atuam em conjunto para combater o tráfico internacional
A operação foi conduzida pelo Navio-Patrulha Oceânico “Guaratuba”, que localizou o veleiro e efetuou a abordagem com apoio de fuzileiros navais e policiais federais. A vistoria confirmou a existência da carga ilícita, que foi então transportada até o porto de Salvador, onde o material foi contabilizado e encaminhado para perícia.
Segundo a Polícia Federal, a droga possivelmente teria como destino o mercado europeu, com o Brasil sendo usado como rota intermediária. A prática tem se tornado cada vez mais comum, o que reforça a necessidade de operações conjuntas no combate ao tráfico transnacional.
Impacto e comparativo com outras grandes apreensões
Esta foi a segunda maior apreensão de haxixe da história brasileira. A maior até hoje ocorreu em 2021, quando 4,3 toneladas da droga foram interceptadas em um navio próximo à costa de Pernambuco. A quantidade agora apreendida representa um prejuízo estimado de mais de R$ 40 milhões para o crime organizado.
A ação destaca a relevância do monitoramento das rotas marítimas, principalmente em um cenário de aumento da atuação de organizações criminosas internacionais que utilizam embarcações de pequeno porte para evitar o rastreamento.
Declarações oficiais e continuidade das investigações
Em nota, a Polícia Federal afirmou que a investigação terá desdobramentos para identificar a origem da droga, os financiadores da operação e a logística envolvida. O Ministério da Justiça elogiou a integração entre as forças armadas e os órgãos de segurança pública, destacando que “ações como essa são fundamentais para a soberania nacional e o enfrentamento ao tráfico de entorpecentes”.
O almirante Alexandre dos Santos, comandante da operação, declarou que “o trabalho em conjunto mostra a capacidade operacional das instituições brasileiras em proteger nossas fronteiras marítimas”.
Investigação segue em andamento
As autoridades não descartam que o caso esteja ligado a uma rede maior de tráfico internacional, com ramificações na Europa e na América do Sul. Informações sobre o trajeto do veleiro e o ponto de partida da droga ainda estão sob sigilo.
A PF informou que novas ações similares devem ser realizadas nas próximas semanas como parte da estratégia de combate ao tráfico marítimo.
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