Ator chileno critica endurecimento de medidas contra imigrantes sob governo Trump e alerta sobre o clima de medo e divisão nos Estados Unidos
Pedro Pascal critica imigração dos EUA em Cannes: Durante a coletiva de imprensa do filme “Eddington”, exibido no Festival de Cannes nesta semana, o ator Pedro Pascal não poupou críticas ao governo norte-americano, com foco na política de imigração e no atual cenário político sob a administração de Donald Trump.
“O medo é a forma como eles vencem. Que se f*** quem tenta nos assustar. Continuem contando histórias, resistam. Não os deixem vencer.”
— Pedro Pascal, em Cannes, 16 de maio de 2025.
As falas ocorreram durante uma conversa com jornalistas internacionais sobre o contexto político do filme e ganharam ampla repercussão na mídia e nas redes sociais. Pascal, que nasceu no Chile e foi criado nos EUA após sua família fugir da ditadura de Pinochet, aproveitou o momento para ressaltar sua visão sobre a importância de resistir a governos autoritários e xenofóbicos.
Política migratória sob críticas
O governo Trump, em seu novo mandato iniciado em 2025, tem intensificado medidas de deportação e restrições de entrada, inclusive com o retorno da política de separação de famílias nas fronteiras e limitação de concessões de asilo. Diversas entidades de direitos humanos, como a ACLU e a Human Rights Watch, já se manifestaram contra as decisões, classificando-as como retrocessos civilizatórios.
Pedro Pascal denunciou o impacto dessas políticas sobre as comunidades latinas e imigrantes em geral, lembrando que os EUA foram construídos por migrantes, e que criminalizar essa origem é “uma traição à história do país”.
Filme “Eddington” como metáfora política
O longa-metragem “Eddington”, estrelado por Pascal, Joaquin Phoenix, Emma Stone e Austin Butler, retrata o colapso de uma pequena cidade no Novo México, onde a pandemia de COVID-19 é negada por autoridades locais, levando ao surgimento de milícias e teorias conspiratórias.
Pascal interpreta o prefeito da cidade, um líder progressista que entra em conflito com um xerife extremista (Phoenix). A crítica social do filme é evidente e, segundo críticos presentes em Cannes, serve como alerta para os riscos da radicalização política e do negacionismo.
Repercussão e debate nas redes sociais
A fala de Pascal gerou ampla discussão nas redes. Internautas progressistas elogiaram a coragem do ator, enquanto apoiadores de Trump o acusaram de politizar o evento. No X (antigo Twitter), a frase “Don’t let them win” se tornou trending topic mundial nas primeiras 12 horas após o discurso.
Além disso, a imprensa conservadora norte-americana já repercute a fala como “uma tentativa da elite de Hollywood de atacar a América conservadora”.
Apoio de colegas e comunidade latina
Colegas de elenco, como Emma Stone, aplaudiram o posicionamento de Pascal. Representantes da Coalizão pelos Direitos dos Imigrantes (NILC) também se manifestaram em apoio ao ator, destacando a importância de vozes públicas que denunciem os abusos cometidos pelo governo contra refugiados e imigrantes.
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