Esquema de tráfico usava mochilas de delivery e embalagens de marmita para distribuir drogas em toda a cidade
152 kg de maconha em casa na Zona Leste: A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) desarticulou, na manhã desta sexta-feira (16), um esquema de tráfico de drogas que operava a partir de uma casa na comunidade Grande Vitória, no bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus. No local, os agentes encontraram 152 tabletes de maconha tipo skunk, totalizando cerca de 152 kg do entorpecente, avaliados em mais de R$ 2 milhões no mercado do tráfico.
O imóvel era usado como depósito e ponto de distribuição das drogas, que eram entregues por criminosos disfarçados de entregadores de aplicativo, utilizando mochilas de delivery com frases como “feito com amor” para despistar a polícia.
Como a polícia chegou até o local
De acordo com o delegado Filipe Lago, responsável pela operação, a investigação teve início após o recebimento de denúncias anônimas pelo Disque 181, relatando movimentações suspeitas na residência. Com base nos relatos, a equipe policial solicitou um mandado de busca e apreensão, que foi concedido pela Justiça e cumprido nesta sexta-feira.
“Recebemos informações de que a casa servia como depósito de drogas. Após o mandado ser deferido, localizamos 152 tabletes de skunk escondidos na residência”, afirmou o delegado em coletiva à imprensa. A operação contou com o apoio da equipe da 30ª Delegacia Interativa.
Estratégia criativa do crime chamou atenção da polícia
Segundo a polícia, os criminosos usavam embalagens comuns de marmita para armazenar as drogas em pequenas porções, que eram então transportadas por motociclistas que simulavam entregas. Os “motoboys” vestiam mochilas de delivery para circular livremente pela cidade, principalmente na Zona Leste, sem levantar suspeitas.
Ainda segundo o delegado, “era uma operação bem estruturada. A embalagem com sacos de papel e frases românticas tinha o objetivo de parecer entrega de comida”.
As investigações continuam para identificar os envolvidos no esquema. Até o momento, ninguém foi preso, mas a polícia já possui pistas sobre os integrantes da quadrilha e trabalha com imagens de câmeras de segurança próximas ao local.
Reações nas redes e impacto na segurança pública
Nas redes sociais, o caso teve grande repercussão e levantou questionamentos sobre a facilidade com que criminosos conseguem utilizar mochilas de aplicativos de entrega para fins ilícitos. Internautas cobraram fiscalização mais rigorosa por parte das plataformas de delivery e sugeriram medidas como registro obrigatório e fiscalização das mochilas com QR Code.
Moradores da comunidade Grande Vitória também expressaram alívio com a ação da polícia, que, segundo eles, já vinha sendo solicitada há semanas. “A movimentação era estranha, entravam e saíam motos o tempo todo, mas ninguém sabia ao certo o que era”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.
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