Ucrânia denuncia violação da trégua e alerta para novo impasse diplomático com Moscou
Rússia ataca Ucrânia com drones após cessar-fogo: Na madrugada desta segunda-feira (12), a Ucrânia acusou a Rússia de desrespeitar a exigência de cessar-fogo feita pelo presidente Volodymyr Zelensky ao lançar um ataque aéreo com mais de 100 drones sobre várias regiões do país. A ofensiva ocorre menos de 24 horas após Kiev ter aceitado discutir um encontro direto com Vladimir Putin, sob a condição de uma trégua total.
Segundo a Força Aérea Ucraniana, 55 drones do tipo Shahed — de fabricação iraniana — foram abatidos em pontos estratégicos das regiões central, sul, norte e leste do país. Um civil ficou ferido na cidade de Mykolaiv. O ataque, embora menos letal que ofensivas anteriores, é visto como uma provocação grave e ameaça direta às negociações de paz.
Zelensky condiciona encontro com Putin à trégua total
Na sexta-feira (10), Zelensky havia declarado à imprensa internacional que estaria disposto a se reunir pessoalmente com Putin em Istambul na próxima quinta-feira (15), desde que a Rússia respeitasse um cessar-fogo “absoluto” a partir de segunda-feira.
“A Ucrânia não negociará sob fogo. Para haver paz, o silêncio das armas deve vir primeiro”, afirmou Zelensky em pronunciamento transmitido pela TV estatal.
Apesar da sinalização de abertura diplomática, o Kremlin não respondeu formalmente à exigência e insistiu em conduzir a reunião sem pré-condições.
Ataques com drones se intensificam
O Ministério da Defesa da Ucrânia informou que os alvos atingidos pelos drones incluíram infraestruturas energéticas e áreas residenciais. Cidades como Kiev, Dnipro, Kharkiv e Mykolaiv acionaram sirenes de alerta e sistemas de defesa antiaérea por horas.
Este tipo de ataque com drones kamikazes Shahed tem sido uma das principais táticas russas nas últimas semanas, com dezenas de casos documentados desde abril.
Segundo dados do governo ucraniano, mais de 60% dos ataques russos em maio foram conduzidos com drones, e não com mísseis. Isso indica uma mudança estratégica no uso de armamento de custo reduzido e difícil rastreamento.
Repercussão internacional e redes sociais
Líderes europeus, como Emmanuel Macron (França) e Olaf Scholz (Alemanha), demonstraram apoio à exigência de trégua feita pela Ucrânia e condenaram a nova escalada militar da Rússia. Parlamentares do Parlamento Europeu sugeriram, inclusive, retomar sanções comerciais caso os ataques continuem durante os dias de negociação.
Nas redes sociais, hashtags como #CessarFogoJá e #ZelenskyVsPutin dominaram os trending topics. Usuários expressaram frustração com a aparente contradição russa e ceticismo sobre a viabilidade de um acordo de paz real.
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