Em encontro no Vaticano, pontífice defende liberdade de imprensa, critica extremismo político e adverte sobre riscos da inteligência artificial
Papa Leão XIV fala sobre IA e liberdade de imprensa: Em uma rara e contundente declaração pública, o Papa Leão XIV surpreendeu jornalistas e líderes religiosos ao abordar, neste domingo (11), três dos temas mais sensíveis da atualidade: a censura à imprensa, a polarização ideológica e o uso irresponsável da inteligência artificial (IA). O encontro aconteceu na sala Paulo VI, no Vaticano, durante uma audiência com jornalistas e representantes de veículos de comunicação de diversos países.
O discurso ganhou repercussão imediata nas redes sociais e na imprensa internacional, sendo interpretado como um posicionamento firme da Igreja Católica em tempos de transformações tecnológicas e tensões políticas crescentes.
Defesa firme da liberdade de imprensa
Ao abrir sua fala, o Papa manifestou preocupação com os crescentes casos de jornalistas presos por exercerem sua profissão em regimes autoritários. Ele declarou que a liberdade de imprensa é “um bem precioso que precisa ser protegido pela consciência das nações e pela comunidade internacional”.
“Quando se prende quem escreve, cala-se uma sociedade inteira. A liberdade de imprensa é o termômetro da dignidade de um povo”, afirmou o pontífice diante de aplausos.
A declaração ocorre em um momento em que ao menos 320 jornalistas permanecem detidos em países como Irã, China, Rússia e Mianmar, segundo o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ).
Fim das ideologias e apelo contra o fanatismo
Outro ponto de destaque foi a crítica direta à polarização ideológica que, segundo Leão XIV, “alimenta o ódio e destrói a base do diálogo social”.
“Estamos diante do fim das ideologias como as conhecíamos. A verdade não tem dono. Não se deve dar espaço ao fanatismo e ao ódio”, advertiu o Papa, apelando por pontes entre as diferenças políticas e religiosas.
O discurso foi visto por analistas como uma resposta velada à radicalização crescente em diversos países, inclusive na América Latina e Europa, onde os discursos extremistas têm dominado o debate público.
Alerta para os riscos éticos da inteligência artificial
Leão XIV também abordou a evolução da IA, comparando o momento atual a uma nova revolução industrial. Ele defendeu que o uso da tecnologia deve ser guiado por princípios éticos e centrado na dignidade humana.
“A inteligência artificial precisa de um freio moral. Ela deve servir ao bem comum, e não substituir a consciência humana”, afirmou.
O Papa já havia sido convidado a participar do G7 na Itália em junho deste ano justamente para discutir ética em tecnologia, o que reforça a importância do tema para o Vaticano.
Repercussão nas redes sociais
Nas redes, o discurso foi amplamente comentado. Usuários elogiaram a postura progressista do pontífice e destacaram sua coragem ao tocar em assuntos muitas vezes evitados por líderes religiosos. O termo “#PapaLeãoXIV” esteve entre os mais mencionados do X (ex-Twitter) por várias horas.
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