Presidente brasileiro sugere trégua mais longa para facilitar negociações de paz e reduzir crise humanitária no leste europeu
Lula pede cessar-fogo prolongado a Putin: Durante sua visita oficial a Moscou nesta quinta-feira (9 de maio de 2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o presidente Vladimir Putin e apelou formalmente pela extensão do cessar-fogo temporário atualmente em vigor na guerra entre Rússia e Ucrânia. O objetivo, segundo Lula, é criar condições reais para o início de negociações multilaterais de paz e reduzir os impactos humanitários do conflito, que já ultrapassa dois anos de duração.
A solicitação foi feita durante a cerimônia do 80º aniversário da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, da qual Lula participou como chefe de Estado convidado. O presidente brasileiro destacou a urgência de um cessar-fogo mais duradouro para abrir espaço ao diálogo político internacional, evitando novas escaladas militares.
Lula propõe protagonismo diplomático do Sul Global
Brasil quer mediar diálogo entre potências sem alinhamento automático
Em sua declaração conjunta com Putin, Lula reiterou que o Brasil não compactua com a guerra, mas também não tomará partido em alinhamentos automáticos com nenhuma potência internacional. Ele defendeu que países do chamado Sul Global assumam papel mais ativo na mediação do conflito.
“A paz exige mais do que armamentos. Exige vontade política, escuta ativa e responsabilidade global”, declarou Lula durante a reunião.
Fontes do Palácio do Planalto afirmam que o apelo brasileiro foi bem recebido por representantes russos, embora não haja até o momento compromisso formal por parte de Moscou em relação à extensão da trégua.
Comunidade internacional reage com cautela ao gesto de Lula
Ocidente se mantém cético, enquanto países não alinhados apoiam trégua
A proposta de Lula causou reações mistas. Países da União Europeia e os Estados Unidos demonstraram ceticismo quanto à eficácia de cessar-fogos sem garantias sólidas de negociação por parte do Kremlin. Por outro lado, nações da América Latina, África e sudeste asiático demonstraram apoio à abordagem brasileira, vendo nela uma oportunidade para avançar em ações diplomáticas pacificadoras.
O conflito entre Rússia e Ucrânia já resultou em centenas de milhares de mortes, segundo estimativas da ONU, além de milhões de deslocados e bilhões em prejuízos econômicos. Um cessar-fogo prolongado é visto por analistas como uma chance rara de despressurizar o cenário global, especialmente com a aproximação do inverno europeu.
Lula segue para a China com pauta de paz e comércio
Após o encontro com Putin, Lula embarca para Pequim, onde participará de uma cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) com o presidente chinês Xi Jinping. A agenda inclui discussões sobre comércio bilateral, meio ambiente e, novamente, esforços por um acordo de paz na Ucrânia com apoio das grandes economias emergentes.
O Itamaraty informou que Brasil, China, Índia, África do Sul e Indonésia devem formar uma frente diplomática para apresentar propostas concretas à ONU nas próximas semanas.
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