A Luta por Jornadas Mais Humanas
Lula Apoia Fim da Escala 6×1: A escala de trabalho 6×1, em que o trabalhador labora seis dias consecutivos com apenas um de descanso, é alvo de críticas há anos por centrais sindicais e movimentos trabalhistas. Considerada exaustiva, ela impacta a saúde física e mental, além de limitar o convívio familiar. Em 2025, o tema ganhou destaque com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/25, protocolada em fevereiro por deputados da base governista, que busca substituir a 6×1 por modelos como 5×2 ou 4×3.
No Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a necessidade de discutir o fim dessa escala. Em pronunciamento em rede nacional na véspera, 30 de abril de 2025, Lula sinalizou apoio à revisão das jornadas, atendendo a uma demanda histórica de sindicatos e trabalhadores.
Declaração no Dia do Trabalhador
Em sua fala, transmitida por rádio e TV, Lula destacou: “Nós vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, em que o trabalhador e a trabalhadora passam seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso”. A declaração foi um aceno direto às centrais sindicais, que pressionam por mudanças na legislação trabalhista para melhorar a qualidade de vida.
No dia 29 de abril, Lula recebeu representantes sindicais no Palácio do Planalto, onde a revisão da escala 6×1 foi um dos temas centrais. A reunião contou com líderes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e União Geral dos Trabalhadores (UGT), que celebraram o compromisso do governo.
PEC 8/25 na Câmara
A PEC 8/25, de autoria de deputados como Érika Hilton (PSOL-SP) e apoiada por José Guimarães (PT-CE), propõe a redução da jornada semanal e o fim da 6×1. O texto está em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. Guimarães defendeu a proposta como “uma pauta suprapartidária que visa dignidade ao trabalhador”, segundo a Agência Câmara.
Benefícios para os Trabalhadores
A substituição da escala 6×1 por modelos como 5×2 (cinco dias de trabalho, dois de descanso) ou 4×3 poderia beneficiar cerca de 20 milhões de trabalhadores formais, segundo estimativas da CUT. Setores como comércio, serviços e indústria, onde a 6×1 é comum, seriam os mais impactados. Estudos do Dieese apontam que jornadas mais curtas podem:
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Reduzir o estresse e problemas de saúde ocupacional.
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Aumentar a produtividade em longo prazo.
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Melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Desafios e Resistências
Apesar do apoio, a proposta enfrenta resistência de setores empresariais, que alegam aumento de custos operacionais. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda não se posicionou oficialmente, mas representantes do comércio já manifestaram preocupação com a viabilidade econômica. O governo, no entanto, promete diálogo tripartite, envolvendo trabalhadores, empregadores e Estado.
Declarações Oficiais
Além de Lula, líderes sindicais reforçaram a importância do debate. Sérgio Nobre, presidente da CUT, declarou à Folha de S.Paulo: “A escala 6×1 é desumana e não condiz com o Brasil que queremos. A fala do presidente dá força à nossa luta”. Já Ricardo Patah, da UGT, destacou: “A PEC 8/25 é um marco, mas precisa de apoio político para avançar”.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães, afirmou em entrevista à CNN Brasil que a PEC será priorizada: “Vamos trabalhar para que o texto avance ainda em 2025, respeitando o diálogo com todos os setores”.
Dados Relevantes
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Escala 6×1: Predominante em setores como comércio (35% dos trabalhadores) e serviços (25%), segundo o Dieese.
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PEC 8/25: Protocolada em fevereiro de 2025, em análise na CCJ da Câmara.
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Impacto estimado: 20 milhões de trabalhadores formais podem ser beneficiados.
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Pronunciamento de Lula: Transmitido em 30 de abril de 2025, véspera do Dia do Trabalhador.
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Reunião com sindicatos: 29 de abril de 2025, no Palácio do Planalto.
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