ONU e organizações humanitárias cobram respostas sobre o ataque que vitimou dezenas em Saada
EUA Atacam Centro de Migrantes no Iêmen: Um ataque aéreo atribuído às forças dos Estados Unidos atingiu, nesta segunda-feira (28), um centro de detenção de migrantes na província de Saada, no norte do Iêmen, resultando em ao menos 68 mortos e 47 feridos, segundo informações divulgadas pelos rebeldes Houthis à agência The Guardian.
O local abrigava cerca de 115 migrantes, majoritariamente etíopes, que cruzavam o Iêmen em busca de rotas para a Arábia Saudita. Imagens divulgadas pela emissora Al-Masirah, controlada pelos Houthis, mostram cenas chocantes de corpos sob escombros e equipes de resgate tentando salvar os sobreviventes.
O episódio ocorre em meio à intensificação da operação “Rough Rider”, lançada pelos Estados Unidos em março de 2025 para combater alvos ligados aos Houthis no Mar Vermelho e na Península Arábica.
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O Comando Central dos EUA (CENTCOM) informou que, desde o início da operação, mais de 800 alvos estratégicos dos Houthis foram atingidos, incluindo lançadores de mísseis e bases militares. Segundo as autoridades americanas, os ataques visam proteger rotas comerciais internacionais ameaçadas por ações hostis dos Houthis.
Até o momento, o governo dos Estados Unidos não confirmou oficialmente a responsabilidade pelo ataque ao centro de detenção. O CENTCOM declarou apenas que continuará suas operações para “neutralizar ameaças legítimas” na região.
Especialistas apontam que o centro de detenção já havia sido atingido anteriormente, em 2022, por bombardeios da coalizão liderada pela Arábia Saudita, resultando naquela ocasião na morte de 66 detentos, o que levanta questionamentos sobre a recorrência de ataques a esse tipo de instalação.
Repercussão mundial e discussões nas redes sociais
A Organização das Nações Unidas (ONU) e diversas ONGs expressaram “profunda preocupação” com o alto número de vítimas civis. O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) solicitou uma investigação internacional independente para apurar eventuais violações do direito humanitário.
Nas redes sociais, usuários expressaram revolta com o ataque, levantando suspeitas sobre falhas de inteligência militar e questionando se o centro de detenção estaria sendo usado como escudo humano pelos Houthis — hipótese ventilada, mas ainda não comprovada.
Analistas alertam que a tragédia poderá elevar a pressão internacional sobre os EUA e aprofundar a crise humanitária no Iêmen, país devastado por uma guerra civil desde 2015.
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