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quarta-feira, abril 23, 2025

Senado brasileiro exige explicações sobre asilo à ex-primeira-dama do Peru e uso de avião da FAB

Caso Nadine Heredia gera tensão entre Itamaraty, Congresso e opinião pública nas redes

Senado cobra explicações sobre asilo a Heredia: O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (22) requerimentos para que os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Ricardo Lewandowski (Justiça) prestem esclarecimentos sobre o polêmico asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia. Condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, Heredia conseguiu refúgio ao se abrigar na embaixada brasileira em Lima, horas antes de a Justiça peruana emitir a sentença.

O transporte de Heredia e seu filho até Brasília foi realizado por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), o que agravou as críticas e motivou pedidos de auditoria por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), aprovados pelas Comissões de Relações Exteriores (CRE) e Segurança Pública (CSP).

Condenação por corrupção e histórico polêmico

Nadine Heredia é esposa do ex-presidente peruano Ollanta Humala (2011–2016) e foi condenada pela Justiça de seu país por envolvimento no esquema de financiamento ilegal de campanha, com recursos oriundos da empreiteira Odebrecht (hoje Novonor) e do governo de Hugo Chávez, na Venezuela. Ela e Humala são alvos de múltiplas investigações desde o fim de seu mandato.

A alegação da defesa de Heredia é de que ela estaria sofrendo perseguição política, o que justificaria o pedido de asilo com base na Convenção de Caracas (1954), tratado internacional que trata do refúgio diplomático. No entanto, senadores brasileiros, como Sergio Moro (União-PR), contestam a interpretação.

“O asilo deve ser aplicado em casos de perseguição política, não como escudo para condenados por corrupção”, afirmou Moro durante a sessão da CRE.

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Críticas à atuação do governo e uso da FAB

O uso de recursos públicos para transportar uma pessoa condenada criminalmente gerou indignação entre senadores e especialistas em direito internacional. Esperidião Amin (PP-SC) foi direto em sua crítica:

“Foi uma operação de resgate cinematográfica, utilizando uma aeronave do Estado brasileiro para acolher uma criminosa condenada. Isso precisa ser investigado com seriedade.”

Além do impacto diplomático, parlamentares apontam possíveis violações ao princípio da impessoalidade administrativa, já que a operação envolveu mobilização de recursos federais, sem transparência prévia.

Repercussão nas redes e próximos passos

O caso gerou repercussão imediata nas redes sociais, com internautas divididos entre a solidariedade ao governo brasileiro e o repúdio ao acolhimento de uma figura condenada por corrupção. Muitos internautas pedem que o Brasil reveja sua postura diplomática e cobre mais responsabilidade na concessão de asilos.

A audiência com o ministro Mauro Vieira já foi agendada pelas comissões do Senado e deve ocorrer ainda em maio. A expectativa é que os ministros esclareçam os critérios utilizados para o asilo e a logística envolvida na operação, além de justificar a ausência de consulta prévia ao Congresso.

Veja Também: Ex-Primeira-Dama do Peru Foge para Embaixada do Brasil Após Condenação por Lavagem de Dinheiro

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