Aumento repentino surpreende usuários do transporte público e gera críticas durante feriado religioso
Manaus reajusta ônibus para R$ 6: A Prefeitura de Manaus autorizou o aumento da tarifa do transporte coletivo urbano de R$ 3,80 para R$ 6,00. A medida entrou em vigor no sábado (19), em plena Semana Santa, e gerou forte repercussão entre usuários e lideranças comunitárias. O reajuste representa um acréscimo de mais de 57% no valor da passagem, o que torna Manaus uma das capitais com tarifa mais alta do país.
Decisão ocorre após disputas judiciais
O aumento foi oficializado após meses de disputas judiciais entre o Executivo municipal e as empresas de transporte público. As concessionárias alegavam defasagem tarifária e ameaçavam interromper os serviços caso o reajuste não fosse autorizado. A Prefeitura acatou o pedido argumentando que a medida seria necessária para evitar o colapso do sistema.
“A tarifa foi reajustada com base em estudos técnicos que apontam o desequilíbrio financeiro do setor. É uma decisão difícil, mas necessária para garantir a continuidade do serviço”, afirmou um porta-voz da Secretaria Municipal de Finanças.
População reage com indignação
Nas ruas e nas redes sociais, a reação foi imediata. Muitos usuários criticaram o reajuste, especialmente pela forma como foi anunciado — no início de um feriado religioso prolongado, quando boa parte da população está voltada a questões familiares e espirituais.
“A gente mal consegue pagar R$ 3,80 com o salário que tem, imagina R$ 6,00? Isso é desumano”, reclamou Maria Jéssica, vendedora ambulante que depende de dois ônibus para chegar ao trabalho diariamente.
Impacto nas finanças das famílias
Com o novo valor, um trabalhador que utiliza o ônibus duas vezes por dia durante os 22 dias úteis do mês passará a gastar R$ 264,00 apenas com transporte — valor que representa quase 24% de um salário mínimo. O impacto atinge com mais força as famílias de baixa renda que não têm acesso ao sistema de integração temporal ou ao passe estudantil.
A medida também reacende discussões sobre a qualidade dos serviços oferecidos. A frota de ônibus de Manaus é constantemente alvo de reclamações quanto à pontualidade, superlotação e falta de climatização — apesar da alta sensação térmica da região.
O que diz a legislação e os próximos passos
Apesar das críticas, a Prefeitura afirma que o reajuste está amparado legalmente e que novas medidas estão sendo estudadas para compensar o impacto sobre a população, como a ampliação do subsídio ao estudante e à gratuidade para idosos e pessoas com deficiência.
Movimentos sociais e organizações civis já articulam ações contra o aumento, inclusive com possibilidade de protestos e pedidos de revisão judicial.
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